sábado, 31 de março de 2012

Igualdade que engrandece a competição

A atual temporada da Superliga Masculina de Vôlei vem sendo simplesmente espetacular. Não só agora nessa fase final, mas desde o seu início. Grandes jogos, equilíbrio, e muitas equipes de altíssimo nível. Alguns chegam a apontar essa Superliga 11/12 como a melhor de todos os tempos, e sou obrigado a concordar. Não me recordo de uma competição (em qualquer esporte que seja) tão equilibrada como essa.


O que dizer dessa fase quartas de final? Na semana passada, a primeira prova do equilíbrio. O RJX, apesar de ser um time que conta com muitos jogadores de seleção brasileira, e outros com qualidade para serem chamados, fez uma primeira fase irregular. O time comandado pelo técnico Marcos Miranda encerrou a primeira fase em sétimo lugar, com 34 pontos conquistados em 12 vitórias e 10 derrotas. Se pegarmos a base titular dessa equipe (Marlon, Théo, Luiz Felipe Chupita, Dante, Riad e Lucão, além do líbero Alan), não entendemos o porquê de uma fase classificatória cheia de derrotas. Pois bem, o RJX chegou às quartas para encarar o SESI-SP, atual campeão, que encerrou a primeira fase na segunda posição. O RJX comprovou a força do elenco e venceu as duas partidas, ambas por 3 sets a 2, a primeira no ginásio da Vila Leopoldina, e a segunda no Maracanãzinho.

Neste sábado, a outra demonstração de paridade entre as equipes. E uma prova maior ainda, já que nesse primeiro exemplo, o RJX, mesmo tendo feito uma primeira fase abaixo do esperado, tem uma equipe capaz de vencer qualquer partida. Retomando, hoje, Sada Cruzeiro, primeiro da fase classificatória, e BMG/São Bernardo, o oitavo, fizeram a terceira partida das quartas de final. Só de haver a necessidade da disputa de três jogos, já é algo a se destacar. O Cruzeiro, time que apresentou melhor voleibol na primeira fase, chegava como amplo favorito na disputa contra a equipe de São Bernardo do Campo, que resolveu surpreender. No primeiro jogo, Cruzeiro 3 a 0, com tranquilidade. No segundo duelo, São Bernardo fez 3 a 1 em casa e igualou a disputa. No terceiro jogo (e que jogo!), o São Bernardo esteve à frente, mas o Cruzeiro se recuperou e venceu por 3 sets a 2, se garantindo na semifinal. Pra se ter uma ideia do quão equilibrado foi o jogo, o terceiro set terminou com placar de 36/34 para o São Bernardo, equipe que está de parabéns pela fase final que fez.

Falando em igualdade, Cimed/Sky, o Florianópolis, e Vivo/Minas, maiores campeões da Superliga Masculina, também duelaram nessa fase quartas de final. E fizeram três partidas espetaculares, todas com placar final de 3 sets a 2. Por ter terminado a fase classificatória à frente, o time da Cimed teve a vantagem de fazer dois jogos em casa, mas não adiantou. Cimed venceu o primeiro jogo em casa, perdeu o segundo fora e, na noite de ontem, novamente em Florianópolis, deu Minas, o time do tie-break, que jogou 12 jogos nessas condições na temporada e venceu 9 vezes. Prêmio para um gigante chamado Marcelo Fronckowiak, treinador do Minas, e para o grupo espetacular formado pelo Minas Tênis Clube que, dentre as principais equipes, era a que muitos taxaram como azarão. A prova está aí.

As semifinais já estão definidas. De um lado, o Vôlei Futuro, que fez 2 a 0 contra o Medley/Campinas nas quartas, vai encarar o RJX. Do outro lado, Cruzeiro e Minas fazem o clássico.

Preparem-se para fortes emoções, porque essa Superliga ainda vai pegar fogo.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Renunciou, mas não acabaram os problemas



Após passar 23 anos no comando, Ricardo Teixeira deixa a presidência da CBF.
(Foto: Arquivo)


Ricardo Teixeira entregou, nesta segunda-feira (12), uma carta anunciando a sua retirada do comando da Confederação Brasileira de Futebol e também do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014. Dessa forma, quem assume o comando dos dois órgãos é José Maria Marin, atual vice-presidente mais velho da CBF.

Teixeira, que era o Presidente da CBF desde o dia 16 de Janeiro de 1989, pediu licença médica de 60 dias do cargo na semana passada, atitude que parecia e se confirmou apenas como uma jogada estratégica. Fora do país, Ricardo Teixeira nem deu as caras nesta segunda.

As perguntas que ficam no ar são: Será mesmo o fim de uma ditadura na entidade máxima do nosso futebol ou apenas uma troca de comando com os mesmos interesses? José Maria Marin, aquele mesmo, político, ex-vereador, deputado, vice-governador e governador de São Paulo ainda na época da Ditadura e foi flagrado pegando uma medalha na cerimônia de premiação da Copa São Paulo de Futebol Júnior deste ano, é quem assume o comando. Será mesmo essa a grande solução para a CBF? Só o tempo dirá mas, de fato, para que as coisas melhorem, precisaremos de outra troca. Mesmo assim, o otimismo agora, pelo menos, é existente.