terça-feira, 24 de abril de 2012

Duas maneiras de se ganhar um jogo

Beleza na maneira de atuar ganha jogo. Tática ganha jogo. Técnica e posse de bola, também. Filosofia ganha (e como ganha) jogo. Mas num esporte tão imprevisível e fantástico como é o futebol também há outra maneira de se derrotar um adversário.

Premiados pelo empenho.
(Foto: Getty Images)

Coração, garra, luta, empenho, superação. Tudo isso também ganha jogo. O Chelsea provou isso nesta tarde, ao empatar com o Barcelona na Espanha por 2 a 2 e se classificar para a final da UEFA Champions League 11/12, porque venceu o primeiro jogo por 1 a 0, em Londres. 

Didier Drogba é um exemplo claríssimo dos fatores que levaram o time à vitória. Ver uma estrela renomada como o marfinense se entregar pelo time como hoje, em alguns momentos atuando como lateral, é algo marcante. Postura totalmente diferente de outro jogador também muito experiente desta equipe inglesa. O Chelsea perdeu seu capitão John Terry, expulso ao agredir o atacante Aléxis Sanchez com uma joelhada nas costas. A falta de comprometimento com o grupo é que nos faz pensar qual a importância de um atleta assim. Antes disso, o Chelsea já havia perdido o zagueiro Cahill, lesionado. A expulsão de Terry poderia comprometer tudo o que foi planejado para a partida.


Também no jogo de hoje, o Chelsea recebeu a confirmação de ter gasto bem os 50 milhões de Libras investidos em Fernando Torres (risos). O atacante espanhol teve estrela, ao substituir o exausto Drogba e, após pressão absurda do Barcelona em busca de seu gol, receber a bola e matar o jogo num contragolpe mortal aos 92 minutos de partida. Esse é o futebol, amigos.


Se existe a oportunidade de haver alguma contestação sobre a qualidade técnica desta equipe do Chelsea, não se pode dizer que esse time não merece. Não existe resultado injusto. Ou melhor, existe sim, quando o árbitro se equivoca e dá um gol em impedimento, ou uma expulsão muda o rumo da partida, ou vários casos que podemos citar. Nesse caso, não. O Chelsea jogou dentro das suas limitações, e merece sim estar na final do torneio interclubes mais importante do nosso futebol, esse esporte incrível.


É importante deixar claro que a superioridade do Barcelona é incontestável. Não é uma derrota que faz esse time deixar de ser o melhor do mundo na atualidade. Messi, por ter jogado mal a partida de hoje e desperdiçado uma penalidade quando o Barcelona vencia por 2 a 1, não deixou de ser um "monstro" dentro das quatro linhas. O Barcelona segue sendo o Barcelona, e derrotas são naturais onde se tem do outro lado uma equipe que também luta pelo mesmo objetivo.