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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Valeu, Mendes

Pois é, "minha gente" (como ele gostava de se referir à seus ouvintes). Morreu hoje um dos maiores radialistas esportivos que o Brasil já viu. Luiz Mendes, o "comentarista da palavra fácil", não está mais entre nós, mas deixa uma grande lição de aprendizado à todos aqueles que querem, algum dia, serem lembrados como ele é e sempre vai ser.


Mendes era o mais velho comentarista em atividade. Participou da cobertura de "apenas" 16 Copas, das 19 já disputadas. Sofria de problemas de saúde há certo tempo e estava internado desde o meio deste mês. Faleceu com 87 anos de idade.

De fato, no fim de carreira Mendes já não era o mesmo. Também pudera, foram tantos anos dedicados à análise do futebol... Não há como deixar de elogiar o grande profissional que foi.

Infelizmente, não tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente mas, mesmo pelo radinho, Mendes me passou um aprendizado grandioso, através de suas várias histórias onde retratava o esporte de antigamente até o atual. Do pouco tempo que pude acompanhá-lo pela Rádio Globo e pela grande diversidade de arquivos que essa Internet nos proporciona, não posso deixar de reconhecê-lo como um dos grandes que já ouvi.

Valeu, Luiz Mendes!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

E não é que a goleada de ontem nos fez recordar uma bela história?

Na noite de ontem, o Botafogo foi à Colômbia e tomou uma pancada do Santa Fé por 4 a 1. Para aliviar a dor botafoguense (se é que ela existe), deixemos o resultado em si de lado e vamos nos ater para o "destaque" da partida de ontem.

Na segunda etapa do jogo, um singelo cão invadiu o gramado do estádio El Campín, em Bogotá, e fez questão de dar um baile em todos aqueles que se incomodaram com a sua presença no gramado. O fato de se ver mais de dez seguranças tentando conter o avanço do animal no gramado fez da cena um divertimento para o torcedor colombiano, que gritava "Olé!" a cada drible do cachorro.

A cena nos faz voltar à uma história envolvendo o Botafogo e essa pequena raça animal. Afinal, quem nunca ouviu falar em Biriba, antigo mascote alvinegro na década de 40? Para quem não ouviu, contemos um pouco da história.

Biriba puxando a fila de jogadores numa partida do Botafogo pelo Estadual de 1948.

Biriba foi um cachorro alvinegro que, na altura dos anos 1940, foi adotado como mascote do clube pelo antigo presidente do Botafogo, o já falecido Carlito Rocha. Em 1948, o Botafogo fazia uma partida contra o tradicional Madureira e vencia por 10 a 2. Quando o clube marcou o décimo gol, o singelo animal, que pertencia ao zagueiro também já falecido Macaé, invadiu o gramado e daquele dia em diante foi adotado por Carlito como mascote do Fogão. Biriba permanecia junto aos reservas no banco.

Biriba era considerado como um amuleto para o presidente do Botafogo, tendo visto que, naquele ano, o Fogão se sagrou Campeão Estadual sobre o poderoso Vasco da Gama, chamado de Expresso da Vitória. Após 13 anos, o Botafogo conquistava um título e, ainda mais, de forma invicta. Quer maior superstição do que essa? Pelo menos deu certo, né?

O cão morreu em 1958, cego e com problemas de coração. A notícia, na época, foi veiculada pelo Jornal O Globo.

O ex-presidente Carlito Rocha e o mascote da sorte, Biriba. Em uma das partidas da final de 48, os dirigentes do Vasco queriam impedir a entrada do amuleto botafoguense. O presidente bancou: "Ninguém impede o presidente do Botafogo de entrar onde quer que seja e quem estiver com ele entra, com certeza".

Mais uma história relembrada aqui no nosso blog.

Fotos: Blog do Roberto Porto

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Desculpe, seu Zagallo ...

De volta, amigos. Vagando pela internet, relembrei uma música que traz de volta uma bela história. Em 1973, Mário Jorge Lobo Zagallo, na época treinador da Seleção Brasileira, convocou alguns atletas para um torneio a ser disputado na Europa, numa espécie de treinamento para a Copa da Alemanha, em 1974.

O treinador do Brasil foi muito questionado por algumas de suas opções. E nada melhor para explicá-las do que a música de Hélio Matheus e Luiz Vágner, interpretada na época por Luiz Américo. A música trazia de forma bem humorada uma crítica à convocação de Zagallo.

Zagallo povoou sua equipe de atletas vinculados ao Botafogo e não levou Jairzinho ("o Furacão"). Convocou o atacante Flecha do Grêmio, e esqueceu do meio-campo ("Levaram uma flecha e esqueceram o arco"). Palhinha foi outro convocado que não deu certo. A música também cita o zagueiro Luiz Pereira e o goleiro Leão. Segundo a letra, se não fosse Pereira, "comia um frango assado lá na jaula do Leão".

A música também se refere ao nervosismo de Rivelino, o "garoto do parque". E fala também de Pelé, no refrão, ao qual o Brasil não havia achado ainda um substituto.

Ouça e veja a explicação também no vídeo:



Marcelo D2 transformou a música em rap. Ouça também:


Desculpe, seu Zagallo
Mexe nesse time que está muito fraco
Levaram uma flecha e esqueceram o arco
Botaram muito fogo e sopraram
O furacão, que não saiu do chão

Desculpe, seu Zagallo
Puseram uma palhinha na sua fogueira
E se não fosse a força desse tal Pereira
Comia um frango assado lá na jaula do leão
Mas não tem nada, não

Cuidado, seu Zagallo
O Garoto do Parque está muito nervoso
E esse meio-campo fica perigoso
Parece que desliza nesse vai
Não vai, quando não cai

Desculpe, seu Zagallo
A crítica que faço é pura brincadeira
Espírito de humor, torcida brasileira
A turma está sorrindo para não chorar, tá devagar

É camisa 10 na Seleção!
É camisa 10 na Seleção!
10 é a camisa dele
Quem é que vai no lugar dele?

Um pouquinho de história é sempre bom. Quando achar uma outra boa dessas, a trago também por aqui. O que acharam desta?

quarta-feira, 13 de julho de 2011

"Posição vagabundo" - Um pouco de história

A Copa do Mundo de 2010 deixou alguns fatos bacanas. Histórias, curiosidades e novidades, pelo menos para mim, foram surgindo e fazendo despertar o desejo de conhecer mais um pouco do nosso futebol. Quando assisti à Portugal x Costa do Marfim, ouvi um narrador lusitano dizer que Cristiano Ronaldo atuava na "posição vagabundo". Fiquei curioso para saber e entender a história por trás disso tudo. Li alguns artigos e o mais explicativo é o que trago abaixo. O texto pode ser encontrado no sitehttp://jogadordasemana.com/ovagabundo.html .


"A Posição João Pinto - O Vagabundo"

Quando o João Pinto (o do Benfica) apareceu, com aquela velocidade, aquela disponibilidade física, aquele talento, rapidamente trataram de arranjar um nome para a sua posição. Chamaram-na de"vagabundo", o jogador que não tinha posição. Estava na direita, depois na esquerda, aparecia no centro e na área a finalizar. Fazia golos, oferecia golos, dava nas vistas e a bola estava sempre com ele.


Parecia fazer sentido e como tudo o que é novo em Portugal, a posição "vagabundo"começou a ser adoptada em vários clubes e escalões. Todos os clubes tinham o seu"vagabundo". Geralmente era aquele jogador tecnicista que não gostava de correr para ajudar a equipa mas que fazia toda a diferença com a bola nos pés. Era o jogador ideal se o futebol fosse como andebol.


Os calões do futebol batiam à porta dos treinadores a pedir para jogar como o João Pinto:"Mister eu acho que a jogar como o João Pinto ajudava mais a equipa, sinto-me muito preso à minha posição." Quantos treinadores não ouviram esta história nos anos dourados do menino d'ouro?


Felizmente a evolução futebolística tratou de liquidar todos esses pseudo "vagabundos". Sim que ter um jogador tecnicamente mais evoluído era bom para a equipa, mas estar a transformar 10 jogadores para o benefício de apenas um tinha os dias contados. João Pinto não era vagabundo. João Pinto já jogava um futebol actual. Estava em todo o lado e tinha pulmão e pedalada para o fazer. Se fosse preciso ir de área a área para recuperar a bola, ele fazia-o.


Hoje em dia vemos uma equipa do Barcelona com 11 vagabundos. Sim que eles têm posições, todos eles, mas se for preciso, todos rodam entre si, e é por isso que as coisas resultam. Há disponibilidade e talento para tudo isso, coisa que o João Pinto já fazia há cerca de uma década, sozinho.


A posição vagabundo veio revolucionar o futebol mas só se tornou revolucionária quando os 11 elementos o passaram a ser e não quando um apenas o era. O futebol estático e quadrado resultou mas nada dá maior prazer do que assistir a 11 "vagabundos"a dar um "chocolate" dentro de campo.