Torcedor de futebol é um bicho engraçado. Pra ser estudado. Ganhou, tudo ótimo, melhor do mundo. Perdeu, já era. Não presta mais. Trabalhos construídos ao longo de vários anos são jogados fora por uma simples derrota para o rival, ou uma derrota expressiva em momento decisivo.
Após a massacrante vitória do Bayern sobre o Barcelona, pela semifinal da UEFA Champions League, mais uma dose de bobagens puderam ser conferidas via redes sociais. Criaram uma página no facebook com o nome "Aposto que consigo encontrar um milhão de pessoas que preferem CR7 a Messi". Até aí, tudo bem. Eu gosto de verde, e você de azul, e nem por isso precisamos brigar. Certo?
Porém, uma foto compartilhada pela tal página, continha a frase "o gênio do Barcelona era este homem, não Messi!", escrito sobre a foto de Pep Guardiola. Que Guardiola teve papel fundamental na recente era dominante da equipe catalã, não há dúvida. Mas jogar fora tudo o que Messi fez até aqui é passar atestado de burrice.
Apesar de ter função primordial, Guardiola não fez os mais de 200 gols que o argentino tem pelo clube. Não entrou em campo, e nem tem essa função. O treinador é o comandante, mas quem joga são os jogadores. Esquecer das incríveis atuações de Puyol, Xavi, Iniesta, Messi e companhia é impossível.
Ah, o tal do imediatismo apareceu novamente na seguinte situação: antes da série ser iniciada em Munique, o Bayern era só mais um coitado que tomaria mais uma traulitada do Barcelona (aliás, a TV aberta só transmitiu os jogos entre Barça e Bayern). E depois das goleadas, como fica? Muitos mudaram de lado, passaram a questionar o trabalho do time catalão e voltaram-se os olhos para a equipe bávara.
Em momentos como esse, é preciso ter calma. Não só por parte do torcedor, mas das diretorias e, no nosso caso, da imprensa, que não deixa de ser uma formadora de opinião. O exagero nas avaliações pode mandar por água abaixo bons trabalhos, que não devem ser desconsiderados apenas por um ou dois jogos ruins.
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