Foi sofrido. Foi suado. Foi especial. O Santos, após nada mais, nada menos do que 48 anos, conquista o título da Libertadores da América. A geração de Coutinho, Pepe e, evidentemente, Pelé, não imaginaria que, quase 50 primaveras depois, poderia assistir garotos tão bons como Danilo, Arouca, Adriano, Ganso e Neymar. Linda vitória, linda festa do torcedor. Ridícula a postura uruguaia, após a partida, como sempre.
Foto: EFE
Um Santos de Rafael no gol. Danilo de volta à lateral, formava a defesa juntamente com Edu Dracena, Durval e Léo, de volta após lesão. Adriano o da marcação. Arouca também, mas um pouco mais avançado. Elano, recuado para a sua posição de origem, abria espaço para o espetacular Paulo Henrique Ganso se juntar à companhia de forma sensacional. O contestadíssimo Zé Eduardo formava dupla com o incrível Neymar.
Paulo Henrique Ganso era o que gerava maior expectativa, juntamente com Neymar, obviamente. O camisa 10 do Santos voltava após rápida recuperação de lesão. Começou o jogo conseguindo se livrar bem da fraca marcação individual uruguaia.
A partida começou como se pensava que começaria. O Peñarol veio para marcar o Santos e, se possível, sair nos contragolpes. Isso acontecia. Já o Santos forçava a definição rápida das jogadas, os lançamentos. Neymar era pouco explorado. Essa era a postura errada.
A partir da segunda metade do primeiro tempo de jogo, o Santos começou a marcar a saída de bola do Peñarol com eficiência. Essa era a postura correta.
A retranca uruguaia era cada vez mais evidente. O Santos avançava, rondava a área do Peñarol, mas não marcava. Faltava alguém para fazer gol. Faltava Borges.
Neymar deveria ter sido expulso aos 35, quando entrou com as travas na perna de Alejandro González, que teve de ser substituído por Albín. Neymar levou amarelo e o Santos saiu no lucro.
O Santos tinha o maior volume mas, no primeiro tempo, nada de gols.
O segundo tempo começou de forma espetacular para o Santos. Logo no começo, o peixe achou a chave para a vitória. Marcando o gol rapidamente, o Peñarol teria que sair, abriria espaços e, se não conseguisse marcar, iria para a pancadaria.
Arouca começou a jogada e rolou para Ganso. O craque devolveu de calcanhar. Arouca carregou, levou dois marcadores e rolou para Neymar que finalizou. O fraco goleiro Sosa aceitou. Era o Santos saindo na frente, numa linda jogada de Arouca e Ganso.
Eu disse sobre as duas possibilidades que teria o Peñarol. As duas aconteceram. O Peñarol saiu pro jogo, marcava (e muito), o Santos no campo defensivo brasileiro. Já o Santos tocava a bola. Pacientemente. A posse de bola à altura dos 15, 20 minutos evidenciava bem o que digo: 65% a 35%, para o Santos.
A porteira tinha tudo para abrir. O goleiro Sosa foi "o menino da porteira". Falhou no primeiro gol, mas no segundo não teve tanta culpa assim. Danilo recebeu a bola na ponta direita, cortou para o meio e finalizou de canhota, no canto direito baixo de Sosa. Golaço. 2 a 0. Nos espaços cedidos, o Santos se deu bem.
Aguirre abriu ainda mais sua equipe. Colocou o atacante Estoyanoff em campo e retirou Albín, zagueiro que havia substituído González, machucado.
Após a mudança, os uruguaios marcaram. O recém-chegado para a festa, Estoyanoff, protagonizou jogada de velocidade pela direita, bateu para o meio da área e Durval, que tentou cortar, colocou para dentro do gol. Segundo gol contra de Durval em uma final de Libertadores (o primeiro foi pelo Atlético Paranaense). 2 a 1.
E aí vinha sofrimento. Porém, os santistas tiveram a chance de acabar ali mesmo com ele. Ganso e Zé Eduardo não fizeram questão de encerrar o jogo. O Santos chegou pela esquerda, num cruzamento para a área. Ganso brigou com a bola, não conseguiu finalizar com força, mesmo estando dentro da pequena área. Zé Eduardo ainda tentou desviar o chute com a cabeça, mas também não obteve sucesso. Gol incrível perdido.
Ganso saiu aos 41 e Muricy aproveitou para fechar a equipe. Entrou Pará. Dessa forma, Danilo avançava um pouco e o Santos terminaria a Libertadores com o meio-campo que atuou durante grande parte da competição.
Zé Eduardo gostava mesmo de emoção. Ele ainda perderia gol incrível, já aos 45. O Peñarol foi com tudo para o ataque e levou o contragolpe. Pará encontrou Neymar, que tocou por cima do goleiro. A bola ficou na trave e se ofereceu para Zé Love, que tinha tudo para marcar, mas finalizou para fora. Tudo bem que a bola desviou levemente no zagueiro, mas não era gol pra ser perdido.
E foi só. Santos campeoníssimo da América em 2011.
Preciso falar sobre qual foi a postura dos uruguaios após a derrota? Pancada, violência. Lamentável. Deixa para lá. Falemos do campeão.
A expectativa agora se volta para o Mundial. Aliás, a expectativa se volta para os seguintes questionamentos: Como chegará o Santos para o Mundial? Neymar e Ganso saem? É aguardar.
Parabéns Peixe! Por três vezes, é quem dá a bola na América!
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