quarta-feira, 12 de outubro de 2011

E a história se repete

Os dias passam, as personagens são outras, mas o teor da conversa é sempre o mesmo. No dia de ontem, novamente, um ser humano foi agredido por "torcedores". Dessa vez, a vítima foi o volante João Vitor, do Palmeiras, que foi agredido covardemente por vagabundos 'organizados' nas imediações da loja do clube palestrino onde, liberado pelo clube, estava a comprar camisas do clube com amigos. Como já é comum, a polícia não identificou os agressores, ou seja, ninguém foi preso ainda e, dificilmente será.

Mesmo com a presença de alguns policiais, João Vitor (de amarelo) foi agredido por membros de uma facção de torcida do Palmeiras.
(Foto: RedeTV!)

Companheiros, situações como essa são vistas todas as semanas. Voltamos a citar o "até quando vamos ter que ver situações assim?". Lamentavelmente, a impunidade ainda é presente nesse país. Qual é a explicação para haver num país como esse total passividade para crimes como esses? Será que terão que aparecer novos Joões, Josés, Pedros ou o que quer que seja? Não dá.

E o pior é ver a omissão dos responsáveis por dar segurança no nosso país. A polícia não fala nada, as demais autoridades também não falam. Pelo menos ontem, o atacante Kléber falou e se revoltou. Se revoltou com a postura omissa de Felipão e Frizzo, técnico e vice-presidente do Palmeiras, sobre o caso de seu companheiro João Vitor. Na semana passada, alguns componentes da Mancha Verde foram protestar na porta da casa de Kléber e não sofreram punição alguma. Segundo o Globoesporte.com, Felipão teria dito que "essas coisas acontecem" e que iriam para o jogo normalmente. Kléber se revoltou e foi impedido de viajar com a equipe para o Rio de Janeiro, onde enfrentam o Flamengo na noite de hoje. E a diretoria do clube soltou apenas uma "notinha" falando que aguardará maiores investigações, sem se posicionar sobre o caso. Posturas como essa da diretoria do clube são totalmente lamentáveis. Aqui é assim: se você fala o que pensa, sobre retaliação.

No "nosso" país, o vagabundo que veste a camisa de um clube é tratado de forma diferente do vagabundo 'comum'. Se você, caro leitor, agredisse um outro na rua, seria punido de forma enérgica. Mas se você traz consigo o "abadá da impunidade" que é a camisa de uma torcida organizada, você nem é identificado. Talvez seja essa a grande causa do aumento do número de delinquentes e, consequentemente, das vítimas de 'torcedores' organizados no nosso país.

A única coisa que cobramos são posturas enérgicas de nossas autoridades. Chega de falar de "legado deixado pela Copa do Mundo" e tantos blá-blá-blás que estamos cansados ver serem vomitados pelos nossos queridos comandantes. Só queremos a paz, unicamente a paz.

A enquete feita em nosso blog desde o fim do ano passado, com a violência sofrida pelo torcedor cruzeirense após um evento de lutas em Belo Horizonte, foi encerrada. A maioria dos que responderam a enquete (55%) se disse à favor do fim das torcidas organizadas. Cito-a apenas como referência. Eu também sou totalmente à favor do fim das facções organizadas. Mas apenas isso não resolverá o problema.

Não adianta acabar com a torcida organizada, impedi-los de vestir a camisa da facção de torcida e deixá-los 'passear' livremente pelo bosque afora. Lugar de vagabundo é fora de circulação pública. E eu falo de vagabundo de qualquer espécie. Já me cansei de me entristecer com situações como essas.

E ainda tem gente que fala que sente orgulho de viver num lugar desses. É, Brasil ... Invista em educação, para que outros bandidos não sejam formados com o tempo.

Força ao xará João Vitor numa pronta recuperação e que não seja mais um excluído da sociedade pelo medo de sair às ruas, como tanta gente de bem hoje em dia.

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