segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Mais um trabalho finalizado

Nós, do Boleiros da Arquibancada, fechamos hoje a revista "Três vezes Cruzeiro", sobre a conquista do tricampeonato brasileiro da Raposa. O trabalho conta com fichas de todas as 38 partidas, com destaque para os principais jogos do campeão, além de textos e estatísticas da campanha azul.

Capa da revista "Três vezes Cruzeiro".
(Foto: Montagem sobre foto de Washington Alves/Textual/Divulgação Cruzeiro)

A revista, de 24 páginas, teve a coordenação e edição de João Vitor Cirilo, fotografias de Denis Dias, Textual e VIPCOMM (liberadas para uso da imprensa), textos de Felipe Freitas, Felippe Drummond Neto, Frederico Vieira, Helena Sader, João Paulo Freitas, Júlia Alves, Matheus de Oliveira e Pâmela Matos, e a colaboração de Rodolpho Victor.

Confira abaixo a revista completa. O arquivo é disponível para download, em formato .pdf:

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Incontestável

"A torcida do Cruzeiro não aceita Marcelo Oliveira. Atleticano, aqui não!"

"Abram o olho com o Corinthians! Fluminense também está entre os favoritos"

"Talvez o Cruzeiro seja apenas um bom candidato à surpresa"

"Ricardo Goulart é jogador de time pequeno"

"Bruno Rodrigo? Reserva de Durval e Edu Dracena?"

"Ninguém conhece esse Nilton"

"Cruzeiro trazendo uma barca de jogadores. Nem sempre é essa a fórmula do sucesso"


Foto: Washington Alves/VIPCOMM

Cito acima apenas algumas frases ditas no início da temporada (algumas delas eu concordei, inicialmente). Porém, aos pouquinhos, o Cruzeiro foi trabalhando, quieto, sob o comando de um treinador que demonstra qualidade desde os tempos de interino no Atlético. Marcelo Oliveira, assim como Cuca do outro lado, tem agora em seu currículo uma grande conquista que o credencia a ser um dos principais técnicos do país. Ele merece os parabéns. Um cara que eu torcia para dar certo no Galo, há muito tempo, mas por arrogância e falta de reconhecimento de alguns, não conseguiu obter sucesso. Teve que sair, buscar valorização em outros quintais, para voltar a Minas Gerais e levantar seu primeiro caneco de peso.

O presidente Gilvan, outro muito contestado no início do ano, conseguiu montar uma bela equipe. Bancou Marcelo, e com a ajuda dos outros membros da diretoria, fez pontuais e interessantíssimas contratações. Quem diria que William seria moeda de troca por mandar o ineficiente Diego Souza para a Ucrânia? E o Cruzeiro ainda levou uma boa grana...

Mas talvez ninguém mereça mais esse título do que Fábio. Ninguém defendeu essa camisa como ele nos últimos tempos. Ninguém salvou tanto o Cruzeiro em momentos ruins como ele. Ninguém foi tão injustiçado, nunca lembrado pelos comandantes da seleção brasileira. Esse título é seu, Fábio. Comemore.

E o torcedor azul já estava cansado de esperar uma grande conquista, que não vinha há dez anos. Voltar a gritar depois de tanto tempo de seca, ainda mais vendo o rival se tornar o principal time do continente, tem sabor especial. Toda a festa é merecida.

E, juntamente com o título da Libertadores (e quem sabe do mundo?) do Galo, esse Brasileirão é a consolidação de um futebol mineiro mais forte. Parabéns, Atlético e Cruzeiro. 2013 é de vocês.

Por um futebol mineiro mais forte!

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Lince #56

Ainda não havia colocado esse por aqui. Mais um Jornal Lince foi fechado por nós lá na Central de Produção Jornalística da Newton Paiva. Ao lado do coordenador e mestre Eustáquio Trindade Neto, dos outros dois monitores João Paulo Freitas e Caíque Rocha, e da nossa competente equipe de estagiários, colaboramos com a edição de número 56 do nosso jornal-laboratório. Além da cuidar da parte de edição, também escrevi uma matéria (sobre as causas do insucesso do atletismo brasileiro, nas páginas 18 e 19). Confira abaixo o jornal completo:

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Mais e Mais

Falei outro dia sobre o EP que o Sorriso Maroto lançou no mês passado e resolvi presentear o amigo Marcus Rolphs, que assoprou velinhas recentemente. O Felipe Freitas, que estava conosco, também resolveu comprar um CD pro companheiro, e foi certeiro na escolha: pegou "Mais e Mais", do Thiaguinho, um álbum de dar gosto e capaz de te fazer ouvir várias vezes seguidas. Aliás, o nome veio a calhar. Você quer ouvir "Mais e Mais" mesmo.

Thiaguinho, que mudou a cara do Exalta em sua chegada no meio da década de 2000, mantém a sua pegada nesse álbum, lançado há uns três meses, com músicas mais animadas e, também, românticas. Eu preferi a segunda opção, como "As aparências enganam", "Mais e Mais", que dá nome ao trabalho, e "Será que é amor?", a minha preferida. Coloco ela abaixo e, também, o EP completo. Curta, porque vale a pena.


Completo:

Ok, é a segunda vez seguida que falo de pagode por aqui (já tinha falado de rap aqui também). Na próxima a gente muda o estilo.

Abraço!

sábado, 9 de novembro de 2013

Coisas de torcedor

Vai chegando a hora de Cruzeiro x Grêmio, aquele que parece ser o ato final de uma conquista incontestável da Raposa neste Brasileirão 2013. Como diria aquele locutor, palmas e mais palmas para o time azul, mas o objetivo deste post não é esse.

Na verdade, quero fazer um desabafo. Não aguento certas chatices comuns à boa parte dos torcedores. As coisas seriam muito mais fáceis se todos fossem um pouquinho mais sinceros.

Atleticanos, não venham dizer que não estão secando o Cruzeiro e que só torcem para o Atlético. MENTIRA. Estão secando sim, e muito. E você, cruzeirense, não diga que não fez o mesmo durante a Libertadores conquistada pelo Galo. Fez! Não se recordam do foguetório digno de título após a derrota para o Olimpia no Paraguai? E as inúmeras camisas de Newell's e Olimpia espalhadas pelas ruas de Belo Horizonte? (Vale lembrar que muitos atleticanos fizeram o mesmo com o Estudiantes)

É importante entender que esse tipo de coisa sempre fez e sempre fará parte do dia a dia do torcedor. Ver o meu rival perder enquanto eu vivo um bom momento é desejo de todos os torcedores. Não adianta dizer que não e que só se importa com seu time. Na hora que a bola rola, todos estão com o fone no ouvido secando o rival, seja ele Atlético ou Cruzeiro.

É isso que faz o futebol ser o que é. E, cá entre nós, é bem melhor poder zoar o rival quando os dois disputam em alto nível, como é nosso caso agora.

Por um futebol mineiro mais forte!

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Riscos e Certezas

Pra quem gosta de um bom pagode romântico (ou também de um pagode "pra frente", como diria meu amigo Matheus Viana), Sorriso Maroto é o que há. No mês passado, os caras lançaram um EP chamado "Riscos e Certezas", com cinco músicas inéditas e uma sexta já conhecida (que, aliás, eu não gosto muito), "Fofinha Delícia", que é tema de uma novela dessas novelas do plim-plim (não me perguntem qual. rs).

Bom, importante é saber que o álbum, gravado nos States, ficou legal. Tem duas participações especiais, do americano Brian Mcknight (na boa "Mais Fácil") e de Jorge e Mateus (em "Guerra Fria". Letra boa, mas achei que faltou samba nela). O Sorriso também adicionou uma pitada de sertanejo em "Tá bom, aham". A sanfona ficou legal na música, a segunda do álbum.

Mas a faixa que mais gostei não é nenhuma dessas que citei. É essa que vem abaixo, chamada "Pra você escutar". Logo depois, coloco o CD completo também, pra quem quiser curtir.


EP completo:

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Trilha do dia

Como costumeiramente em todas as madrugadas, viajando por aí neste maravilhoso mundo chamado Youtube (palmas, muitas para quem o inventou), fui curtir um bom som. O do dia foi Linkin Park. E, como é "de lei", quando ouço LP é obrigatório também ouvir Jay-Z (por causa daquele álbum "Collision Course" que gravaram). Meio que sem querer, encontrei o MTV Unplugged do cara por lá. É antigo o show (2001), mas eu ainda não havia assistido. Com o perdão da expressão (sem frescura, né?), ficou MUITO FODA.



Atletismo: as causas do insucesso

Na última edição do Jornal Lince, publiquei uma matéria sobre o atletismo (e o esporte brasileiro em geral) e as causas do insucesso, pegando como gancho mais um fraco desempenho em um torneio mundial. Confira abaixo a matéria que fiz em parceria com o grande amigo Caíque Rocha.


Após outro desempenho ruim em uma competição internacional, o Mundial de Atletismo, fica a pergunta: de quem é a culpa pelos fracassos recentes dos esportistas brasileiros?

Por João Vitor Cirilo e Caíque Rocha (4º e 2º períodos) para a edição 56 do Jornal Lince (outubro de 2013).

O roteiro é sempre o mesmo. Nos últimos anos, brasileiros que chegam a competições esportivas internacionais não conseguem grandes resultados vistos em tempos passados. No último mês, no Mundial de Atletismo em Moscou, o Brasil não voltou com uma medalha sequer. Quando as coisas pareciam dar certo, no fechamento do torneio, até o bastão no revezamento 4x100 metros feminino caiu, jogando fora a única chance de medalha restante para o Brasil. Mas essa queda é apenas reflexo de uma questão muito maior.

Qual seria o principal causador dos fracassos recentes no esporte brasileiro? O Estado não investe onde deveria? Falta amor aos atletas, que pegam o dinheiro e vão somente “a passeio”? Governo, confederações e competidores apresentam, na maioria das vezes, posições divergentes sobre as causas do fraco desempenho.

Solonei e Paulo Roberto após a maratona no Mundial de Atletismo.
(Foto: Arquivo pessoal)

DE QUEM É A CULPA?

A questão acima gera divergências. Após a última edição dos Jogos Olímpicos e também neste Mundial de Atletismo, muitos competidores culparam confederações e o governo pelo fraco desempenho. Daniel Ottoni, repórter do jornal “O Tempo”, de Belo Horizonte, tem a mesma visão. “Os atletas não possuem a melhor estrutura para trabalhar. O esporte não é valorizado como deveria e os resultados no Mundial são uma consequência de todo um descaso para com o esporte, que vem de anos”, opina. “Atletas e treinadores lutam muito todos os dias contra condições péssimas de treinamento. O governo brasileiro é o maior culpado pela falta de investimento”, completa Daniel.

Entretanto, para o maratonista Luís Fernando de Almeida Paula, irmão de Paulo Roberto de Almeida Paula, sétimo colocado na maratona do Mundial, essa postura crítica é errada. “Esse desempenho ruim não é culpa nem do governo nem da confederação. Em minha opinião, é culpa do profissional, do atleta, que tem que visar aquilo que ele quer”, argumenta. “Falo para o meu irmão: ‘Paulo Roberto, você vai ficar em função deste treino’. Brasileiro compete todo fim de semana e quer chegar a uma competição internacional achando que vai ganhar ou subir no pódio. Não vai! É outra pegada”, declara Luís Fernando, de 34 anos, há 20 como corredor.

Para Solonei Silva, sexto colocado (o melhor brasileiro) na maratona do Mundial, não existe culpado. “A vida do atleta não é fácil. Não se pode avaliar o desempenho do atleta em uma simples ou complicada competição. Teria que acompanhar o dia a dia durante o ciclo inteiro”. Solonei também criticou a postura da imprensa. “Eu nunca fiquei sabendo de nenhuma mídia ou jornalista que fez isso (acompanhar os treinos diariamente)”.

DINHEIRO TEM

Luís Fernando ressaltou que, nos últimos tempos, nunca se teve tanto investimento do Estado no esporte como agora. “Muitos ficam com desculpa, falando besteira na mídia. Nós podemos falar tudo, mas o governo está investindo muito dinheiro em cima do esporte. Tem dinheiro sobrando. Você pede uma coisa, e o governo banca. E por que o atleta chega na hora e não dá resultado?”, questiona.

Solonei está de acordo. “Os clubes, federações e confederação nunca tiveram tanto apoio do governo e da iniciativa privada como estão tendo agora, como o Bolsa Atleta, Bolsa Pódio, entre outros”. Porém, para ele, estamos no caminho correto. “Cabe aos atletas fazer o melhor possível e isso está acontecendo”.

Luís Fernando criticou a postura de alguns competidores, que, segundo ele, “só pegam o dinheiro e colocam no bolso”. “E aí você pensa: como esse atleta não conseguiu um treinamento internacional? Porque ele tem medo de mexer no bolso dele, não quer investir, e aí fica difícil mostrar resultado. Todo o dinheiro que entra para o meu irmão, da Bolsa Atleta, da Confederação Brasileira de Atletismo, é investido na carreira dele. A diferença é essa”, conclui o maratonista.

RENOVAÇÃO

Daniel Ottoni diverge da opinião de Luís. “Atualmente eles (o governo) investem pouco; antes, não investiam nada. O governo não abre os olhos para o atletismo, a não ser quando campeonatos importantes acontecem. Em cima da hora, o resultado não vem. É preciso ter investimento na base, pensar no futuro, acreditar no esporte e demonstrar isso por meio de ações. Não adianta investir faltando dois ou três anos para Mundiais e Olimpíadas”, observa Daniel Ottoni.

Falando sobre renovação, Luís Fernando tem a mesma visão. “Em 2016, chance real mesmo só na maratona, porque vai correr no calor e pode ter chance de pódio. Nas outras, só por Deus, porque não há jovens. No feminino, faz dez anos que são as mesmas meninas que ganham no Brasil. Não se vê uma renovação. O trabalho pra 2016 deveria ter começado há uma década. Agora, fica difícil”, avalia Luís Fernando.

Daniel Ottoni reforça que a mudança só poderá acontecer se for feito um trabalho em longo prazo. “A partir do momento em que investimentos que mereçam elogios apareçam, os resultados aparecerão em cinco ou sete anos. O processo é lento”.

Solonei Silva.
(Foto: Arquivo pessoal)

VAMOS ÀS ESCOLAS

Com um território muito extenso e grande população, é evidente que o Brasil tem escondido por aí um grande potencial. Pensemos nas inúmeras escolas públicas. Alguém já parou para refletir sobre o número de crianças e jovens que poderiam se transformar em atletas de ponta? Porém, na atual mentalidade educacional no Brasil, esse ainda não é o papel das escolas.

A reportagem do Jornal Lince procurou a Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais para ter um posicionamento sobre o tema, e foi atendida por Celina Gontijo, analista de educação em Educação Física, e interlocutora dos Jogos Escolares de Minas Gerais (JEMG). “Não podemos ensinar o atletismo como competição dentro das escolas, e sim como esporte. Através do JEMG é que descobrimos talentos em jovens atletas. A formação deles é feita nos clubes”, disse Celina. Segundo ela, o motivo deve-se ao fato de que nem todos os alunos têm vocação para determinado esporte.

“As categorias de base do atletismo no Brasil são excelentes. Vários jovens atletas, inclusive de Minas Gerais, venceram campeonatos mundiais. Estamos sempre organizando competições”, completa Celina Gontijo, ao lembrar que o MEC criou o projeto “Atleta na Escola”, que tem como intuito estimular a prática do atletismo e promover competições envolvendo escolas de todo o país.

FALTA VALORIZAÇÃO

Elbert Fagundes é professor de Educação Física em uma escola estadual localizada na capital mineira. Segundo ele, um dos problemas encontrados nos colégios é o total descaso e desvalorização do profissional. “Encontramos dificuldade de transmitir conteúdos aos alunos devido à falta de material, uma realidade constante, péssimas condições de trabalho e alunos completamente desinteressados com novos projetos e aulas”, ­­­­­afirma.

Para o professor, a falta de motivação para o trabalho nas escolas mineiras se deve a um "governo que é punitivo, desinteressado e que não pensa em educação". Elbert criticou a postura do governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia, que retirou todos os profissionais de Educação Física das escolas públicas de anos iniciais. "Crianças que antes deveriam aprender o básico sobre coordenação, equilíbrio e força, agora são obrigadas a ficar dentro de sala de aula, sem um professor especialista para ensiná-las tais competências"

“O Brasil poderia explorar muito mais seu potencial. Imagine quanto atletas estão perdidos por aí e que poderiam ser descobertos se projetos e peneiras acontecessem com mais frequência, se parcerias acontecessem com escolas, se o investimento que eles falam que existe acontecesse de verdade. Teríamos vários atletas, por ano, com condições de medalhas, e não um ou outro que chegam apenas para participar e tentar surpreender”, opina Daniel Ottoni.

“Estudos recentes mostram o crescimento exagerado de doenças associadas ao excesso de peso e, com certeza, a Educação Física escolar pode ajudar nesse combate, estimulando o jovem a ser ativo desde a sua infância para que na vida adulta ele consiga definir aquilo que mais gosta e desenvolver melhor tal habilidade”, defende Elbert Fagundes.

Fotos: Arquivo pessoal de Solonei Silva e Luiz Fernando Almeida de Paula

De volta

Bom, amigos, vou voltar a atualizar este espaço. Voltar a colocar por aqui minhas produções e projetos pessoais e alguns outros tocados na vida profissional. Ah, é claro, aqui também é lugar de falar umas bobagens. Só preciso organizar as coisas por aqui. Conto com as opiniões dos amigos e vamos sempre bater um papo.

Até breve.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Coisas que só o futebol explica

O dia era 10 de julho de 2013. Na verdade, já era 11 de julho de 2013. O horário, por volta de meia-noite e vinte. Antes disso, vamos contar toda a história.

Em campo, Atlético Mineiro e Newell's Old Boys. O jogo era no estádio Independência, onde o Galo ainda não perdeu após a reinauguração (e lá se vão 54 partidas como mandante, 38 no Horto). Após perder por 2 a 0 na ida, na Argentina, o caminho na luta pela vaga na inédita final da Libertadores foi um pouco complicado.

O fator motivacional: a mística da arena do Horto.

O início do jogo parecia confirmar que a motivação que tomou conta do torcedor alvinegro durante a semana tinha fundamento: três minutos, o genial Ronaldinho mete bola para Bernard, que não desperdiça. Dali pra frente, o bom e velho sofrimento. Jogadores lesionados, apagão dos refletores, enorme pausa. E um pouco mais de sofrimento, é claro.


Cuca comemora com o questionado Guilherme.
(Foto: Flickr do Clube Atlético Mineiro)

Após o benéfico apagão, eis que Cuca olha para seu banco de reservas e promove duas alterações (já havia colocado o atacante Luan no lugar do volante Pierre). Alecsandro e Guilherme entraram nas vagas dos incontestáveis Bernard e Tardelli. Ao contrário dos titulares, Guilherme, sim, volta e meia é muito questionado por boa parte da torcida. Defendido pelo treinador e pelo presidente do clube, teve sua chance. Dominou no peito e finalizou para o gol, quando o relógio marcava 50 minutos da etapa complementar. Gol. Teríamos pênaltis no Horto, graças a Guilherme, que poderia ter ido embora meses atrás, quando a pressão sobre ele parecia forte demais.

Alecsandro, Scocco, Guilherme (ele de novo) e Vergini guardaram as quatro primeiras cobranças. Veio Jô e... perdeu. Desespero no Horto. Mas Casco também errou o dele na sequência. Veio Richarlyson e... perdeu também! Mais aflição. Mas não é que Cruzado também desperdiçaria outro penal?

O roteiro estava escrito. A última cobrança era do R10, maior ídolo recente da história alvinegra. Ele fez. Veio o experiente e bom de bola Maxi Rodríguez pelo lado argentino. Debaixo das traves, outro ídolo recente: Victor. Não teve jeito para os argentinos. A história já estava pronta. O goleiro santo pegou mais um pênalti decisivo, assim como na fatídica partida das quartas contra o Tijuana, e colocou o Galo em sua primeira final de Libertadores.


O goleiro salvador.
(Foto: Flickr do Clube Atlético Mineiro)

E quem diria que o Atlético Mineiro, um time que tem em sua história vários momentos infelizes, de dor, onde tudo tendia a dar errado, se classificaria em duas fases consecutivas da maior competição do continente com pênaltis defendidos "na bacia das almas" em jogos muito complicados? E comandado pelo "azarado" Cuca...

E quem apostaria que o gol que devolveu o Galo ao torneio seria marcado pelo criticado Guilherme? Sem falar que Bernard, também já questionado por alguns em um (aparente) momento de despedida do clube, abriu o placar.

Coisas que só o futebol explica. Só ele e seu poder de levantar aqueles que, aparentemente, já estavam caídos.

Mas sabe o que eu não consigo mesmo entender? Como ainda existe gente que não gosta?

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Jornal Lince - Edição 54

Olá, amigos. Compartilho aqui a edição 54 do Jornal Lince, produzido pela Central de Produção Jornalística da Newton Paiva, na qual sou um dos monitores e editores, junto ao meu amigo João Paulo Freitas e ao "comandante" Eustáquio Trindade Neto. O jornal trouxe na capa a repercussão dos protestos em Belo Horizonte. "Verás que um filho teu não foge à luta" foi a chamada da capa, que ainda trouxe matérias sobre a corrupção na cultura brasileira e outras mais.

Leia:

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Como sempre, o imediatismo

Torcedor de futebol é um bicho engraçado. Pra ser estudado. Ganhou, tudo ótimo, melhor do mundo. Perdeu, já era. Não presta mais. Trabalhos construídos ao longo de vários anos são jogados fora por uma simples derrota para o rival, ou uma derrota expressiva em momento decisivo.

Após a massacrante vitória do Bayern sobre o Barcelona, pela semifinal da UEFA Champions League, mais uma dose de bobagens puderam ser conferidas via redes sociais. Criaram uma página no facebook com o nome "Aposto que consigo encontrar um milhão de pessoas que preferem CR7 a Messi". Até aí, tudo bem. Eu gosto de verde, e você de azul, e nem por isso precisamos brigar. Certo?

Porém, uma foto compartilhada pela tal página, continha a frase "o gênio do Barcelona era este homem, não Messi!", escrito sobre a foto de Pep Guardiola. Que Guardiola teve papel fundamental na recente era dominante da equipe catalã, não há dúvida. Mas jogar fora tudo o que Messi fez até aqui é passar atestado de burrice.

Apesar de ter função primordial, Guardiola não fez os mais de 200 gols que o argentino tem pelo clube. Não entrou em campo, e nem tem essa função. O treinador é o comandante, mas quem joga são os jogadores. Esquecer das incríveis atuações de Puyol, Xavi, Iniesta, Messi e companhia é impossível.

Ah, o tal do imediatismo apareceu novamente na seguinte situação: antes da série ser iniciada em Munique, o Bayern era só mais um coitado que tomaria mais uma traulitada do Barcelona (aliás, a TV aberta só transmitiu os jogos entre Barça e Bayern). E depois das goleadas, como fica? Muitos mudaram de lado, passaram a questionar o trabalho do time catalão e voltaram-se os olhos para a equipe bávara.

Em momentos como esse, é preciso ter calma. Não só por parte do torcedor, mas das diretorias e, no nosso caso, da imprensa, que não deixa de ser uma formadora de opinião. O exagero nas avaliações pode mandar por água abaixo bons trabalhos, que não devem ser desconsiderados apenas por um ou dois jogos ruins.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Em busca de um sonho

Aos 20 anos de idade, mineiro Cristiano Felício inicia no ano que vem a caminhada rumo ao sucesso no basquetebol americano

Publicado na edição 52 do Jornal Lince (clique e confira o jornal completo).


Foto: Fiba/Divulgação
Saindo de Pouso Alegre, passando pelo interior paulista, aparecendo em Belo Horizonte e voando para os Estados Unidos. Essa é a caminhada do jovem Cristiano Silva Felício, pivô de 2,06 metros e 20 anos de idade, que saiu do Minas Tênis Clube e arrumou suas malas. O destino? A Universidade de Oregon (EUA), com a qual assinou vínculo para disputar a próxima temporada da NCAA, liga americana universitária de basquetebol. O atleta representará o Oregon Ducks, clube da Conferência Pac 12 da primeira divisão da NCAA, na temporada 2013-2014.

Felício foi uma das gratas revelações da última temporada do Novo Basquete Brasil e viajou aos Estados Unidos em busca de um sonho: jogar na NBA, liga de basquete profissional mais importante do mundo. O jovem atleta conversou conosco no mês de novembro, quando assinou seu contrato com a universidade. Ele nos falou de sua trajetória no basquete, suas passagens anteriores por outros clubes, e o desejo inicial de chegar em território americano.

O começo

Felício teve o primeiro contato com o basquete aos 12 anos de idade, quando já chamava a atenção pela sua altura. "O professor de Educação Física me chamou para praticar o esporte, eu acabei gostando e não parei mais. Tornar-me um jogador não era meu principal objetivo no começo, mesmo porque eu não levava o basquete tão a serio", conta. As coisas mudaram quando ele foi para Jacareí, aos 15 anos. "Ali eu percebi que poderia me tornar um jogador. Desde lá eu mantive e mantenho até hoje este objetivo."

Antes de chegar ao Minas Tênis Clube, equipe onde chamou a atenção de muitos, Cristiano Felício passou por Pindamonhangaba e Jacareí, em 2006. As dificuldades impediram sua permanência na primeira cidade. "Me disseram que não poderiam ficar comigo, pois não tinham alojamento para os atletas. Como eu não tinha condições para bancar uma moradia, pensei que a estrada para mim tinha acabado ali".

Com condições melhores em Jacareí, Cristiano conseguiu passar no teste e por lá ganhou certo destaque. Em 2007, a primeira convocação para a seleção brasileira (categoria de base), onde encontrou com quem seria seu futuro treinador no Minas, Raul Togni Filho. "Depois de retornar ao paulista, estava em casa no meio do ano e recebi uma ligação do Flávio Davis para fazer um teste no Minas em 2009. Acabei ficando", revela o promissor atleta.


Com o novo contrato na mão.
(Foto: Arquivo pessoal)

Do Minas para os Estados Unidos

A passagem pelo clube da capital mineira foi muito proveitosa. "Foi incrível. O tanto que aprendi com cada técnico que tive foi uma experiência inexplicável. Desde o meu primeiro treinador, Flávio Davis, passando pelo Nestor Garcia e chegando ao Raul Togni, que sempre foi o meu técnico na categoria de base, e o Cristiano Grama, no último ano, o Minas foi essencial para tudo o que conquistei na minha vida como jogador de basquete até agora", avalia o jogador.

Após se destacar na temporada 2011/2012 do Novo Basquete Brasil, Cristiano resolveu partir para os Estados Unidos. "Posso te dizer que sempre foi um sonho e sempre busquei correr atrás dele todos os dias. Mas só comecei a pensar realmente nisso depois que acabou o meu vínculo com o Minas. Decidi que essa era a hora certa de estar vindo pra cá”.

Os próximos objetivos são claros. "A primeira meta é ir muito bem na Universidade no meu primeiro ano e no próximo para poder chegar à NBA daqui a dois ou três anos. Espero sempre seguir com a seleção brasileira. 2016 é uma outra meta que estarei trabalhando para alcançar. Representar meu país em casa será maravilhoso", completa Cristiano Felício.

Fã do ala Kevin Garnett e torcedor do Boston Celtics, o jovem já sonha com a possibilidade de jogar ao lado do ídolo. "Se isso chegar a acontecer, seria fantástico, jogar ao lado do meu ídolo e no time que sempre torci". 

Quanto vale uma vida?

"E aí aparece outro porém: as pessoas de bem não poderão ir mais aos campos de futebol?"

Publicado na página de opinião da edição 52 do Jornal Lince (clique e confira o jornal completo).


Mais uma vida perdida em um campo de futebol e a sensação de impotência da população. A notícia que chocou a todos neste mês de fevereiro foi a morte do garoto boliviano Kelvin Beltrán Estrada. O jovem de 14 anos foi atingido por um sinalizador naval atirado por “torcedores” (com todas as aspas que quiser usar) do Corinthians, presentes em Oruro (Bolívia) para o jogo entre o clube paulista e o San José, equipe local, pela Taça Libertadores. Utilizado como item de segurança em navegações, o objeto penetrou pelo olho direito e atravessou o crânio do adolescente.

Doze pessoas foram presas preventivamente pelas autoridades bolivianas e passaram por exames para comprovar a participação ou não no crime. Alguns deles foram flagrados portando outros sinalizadores do mesmo tipo. Já a punição inicial encontrada pela Conmebol, Confederação Sul-Americana de Futebol, foi retirar do Corinthians a possibilidade de receber seus torcedores nos jogos em sua casa, o Pacaembu, pela Libertadores. A decisão valeu por uma partida. Agora, a torcida corintiana não poderá comparecer aos jogos do clube longe de São Paulo. Acho válida a decisão, que pode ser encarada até como leve, pois chegou a ser levantada a possibilidade da exclusão do clube do torneio.

Várias discussões foram abertas após o fato. A maioria dos meios de comunicação, como sempre, buscam um culpado. Um problema de tamanha importância não pode ser jogado nas costas de uma única pessoa. Não foi um acidente (até porque, segundo especialistas, esse tipo de sinalizador não dispara acidentalmente). Está errado quem bancou e autorizou a viagem dos cidadãos para a Bolívia, quem vendeu o instrumento “assassino”, quem autorizou a entrada no estádio e, obviamente, o autor do disparo.

E aí aparece outro porém: as pessoas de bem não poderão ir mais aos campos de futebol? É uma questão muito ampla e qualquer crítica à difícil decisão me parece injusta. A confederação tinha que tomar alguma decisão e, a meu ver, acertou.

A conclusão tirada disso tudo é que está cada dia mais difícil manter a mesma vontade de torcer por seu clube, ir empolgado para o campo de futebol, esquecer os problemas cotidianos e fazer dos 90 minutos um momento de felicidade.

Na maioria das vezes que brasileiros vão jogar lá fora, coisas parecidas acontecem e passam impunes. Cansei-me de ver estádios depredados por torcedores locais após derrotas, descontadas nos adversários. Pedras, pedaços de madeira, pilhas e outras “coisas” foram transformadas em armas por várias oportunidades. É um absurdo o que nossos times sofrem costumeiramente nos países vizinhos, o que não é motivo para os tais “torcedores” fazerem o mesmo e não acontecer nada.

Como não é possível modificar o passado e salvar as vidas perdidas, que esse cenário mude daqui para frente. Que o poder público e a “dona” Conmebol resolvam trabalhar, para dar tranquilidade ao torcedor de verdade e proporcionar o fortalecimento e maior organização de nossa liga continental, ainda a quilômetros de distância dos grandes torneios do futebol internacional.

Na época, o Corinthians se manifestou e disse, em outras palavras, que caso não consiguisse uma decisão a seu favor, sairia da Libertadores. Que saia. A mim e ao torneio não faria falta. Lamentável a postura da imensa instituição e seus comandantes, preocupados única e exclusivamente com o prejuízo financeiro que levariam.

Chega de tragédia, amadorismo e desrespeito. Uma vida vale muito mais do que a cega paixão por futebol.

Ah, diz a Gaviões da Fiel que o autor do disparo é menor de idade. Acho que já vi esse filme antes...