quarta-feira, 10 de agosto de 2011

É assustadora (e preocupante) a diferença entre Alemanha e Brasil

Brasil e Alemanha se enfrentaram há pouco, num amistoso realizado na cidade de Stuttgart, na Alemanha. O placar foi apertado. Os donos da casa venceram por 3 a 2. Mas a diferença demonstrada no futebol chega a ser impressionante. Enquanto os alemães trocavam passes com qualidade, mantendo a posse de bola com eficiência e oferecendo perigo, a Seleção do Brasil só ofereceu perigo quando a Alemanha errou e ofereceu os contragolpes. Um dos gols do Brasil veio numa penalidade contestável. O outro, numa finalização de Neymar, vinda de fora da área.

Foto: EFE

O pré-jogo já era polêmico. Isso porque o técnico Mano Menezes deixou Paulo Henrique Ganso no banco de reservas, fazendo com que Fernandinho assumisse a vaga de titular. Ralf, recém convocado vindo do Corinthians também ganhou a titularidade, pelo fato de Lucas Leiva cumprir suspensão.

A Alemanha mantinha a base da equipe convocada para a Copa de 2010, na África do Sul. Ausências foram de Khedira e Özil, muito bem supridas por Toni Kroos e Mario Götze, que fazia sua primeira partida com a camisa titular da Alemanha. Götze, ou Götzinho, como é chamado pelos companheiros em referência à Ronaldinho, tem apenas 19 anos.

Com a bola rolando, a superioridade foi amplamente alemã, no primeiro tempo. A seleção brasileira não conseguia impedir o toque de bola envolvente alemão, sobretudo nos primeiros 15 minutos de jogo, onde sequer o Brasil finalizou a gol. A partir daí, o Brasil tentava marcar um pouco mais forte. De qualquer forma, a seleção de Mano não ficava com um rebote sequer. O Brasil contava com os erros da Alemanha para tentar chegar. Assim que a blitz inicial alemã diminuiu de intensidade, o Brasil chegou pela esquerda, com uma finalização de Robinho, aos 16 minutos.

O interessante era que a Alemanha tinha mais jogadores em todos os setores do campo. Quando perdia a bola, se recompunha muito rapidamente. O ritmo alemão se diminuiu e, além disso, a seleção passou a errar mais. O Brasil aproveitava para aparecer nos contra-ataques. Sem sucesso.

O movimentadíssimo primeiro temo terminou sem gols. A Alemanha pressionou mais, mas finalizou pouco. Quando finalizou bem, Júlio César evitou a abertura do placar aos 5 minutos.

"Götzinho", estreante como titular na noite alemã, marcou o seu primeiro gol pela Seleção. (Foto: AFP)

No segundo tempo, o Brasil começou armando contragolpes velozes. Um deles, após roubada de bola de Ramires e passe de Fernandinho, onde Pato quase assinou uma obra-prima, ao encobrir o goleiro Neuer. A bola saiu à direita. O Brasil voltou melhor, mas faltava colocar a bola no chão, assim como fazia seu adversário. A seleção brasileira abusava dos lançamentos e ligações direta, apostando na velocidade de Alexandre Pato. O meio-campo precisava jogar mais e, por isso, Ganso poderia ser essencial.

Ao contrário do Brasil, a Alemanha chegava com boa troca de passes. Assim, chegou ao primeiro gol do jogo. Klose recuperou uma bola na linha de fundo e tocou de calcanhar para trás. Após a bela triangulação, Kroos recebeu na área e caiu. A marcação do pênalti foi, no mínimo, contestável. Bastian Schweinsteiger cobrou a penalidade e marcou o gol, abrindo o placar aos 17 minutos da segunda etapa. A Alemanha voltou ao jogo num momento em que o Brasil tentava jogar.

A Alemanha manteve a posse de bola e as triangulações ofensivas. Em uma bela troca de passes, novamente com a participação de Klose que, dessa vez, fez papel de pivô, a Alemanha marcou o segundo. Kroos rolou para Klose que devolveu para o primeiro colocar o jovem Götze na cara do gol, para driblar Júlio César e marcar seu primeiro gol com a camisa alemã.

O jogo pegou fogo. Ganso entrou no meio-campo do Brasil após o gol da Alemanha, na tentativa de melhorar o passe e a posse de bola. Logo após sua entrada, Daniel Alves aproveitou a bobeira de Lahm para tomar a sua frente e cair. Mais uma penalidade contestável. Robinho cobrou e diminuiu a diferença no placar para um gol. 2 a 1.

Gol que não abalou a Alemanha, que teve um empurrãozinho de André Santos para voltar ao jogo. O lateral brasileiro perdeu uma bola fácil para Schweinsteiger, que rolou para Schürrle marcar um lindo gol. 3 a 1, aos 35 minutos. A Alemanha jogava bonito, mas não conseguiu marcar mais.

Neymar ainda teve um lampejo ao fim do jogo. Dominou a bola à frente da área e finalizou para o gol, sem chances para o goleirão Neuer. 3 a 2 para a Alemanha e fim de papo.

Foto: AP

A preocupação que fica é a seguinte: O Brasil não tem uma equipe de nível técnico apresentável para a disputa de uma Copa do Mundo. Isso está claro e evidente. Basta ver as partidas em que nossa Seleção foi desafiada por grandes equipes. O desempenho é de 1 empate e 3 derrotas em 4 jogos. A equipe está claramente mal-treinada e tempo não é desculpa. Todas as equipes têm o mesmo tempo para treinamento e isso não é prejuízo para o Brasil. Alguma atitude tem que ser tomada e alguns conceitos têm que ser revistos. Espero que o sejam o mais rápido possível pois, como diria o outro, "A Copa do Mundo é logo ali".

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