domingo, 4 de dezembro de 2011

Vá em paz, Magrão

Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, o Doutor Sócrates, o Magrão, faleceu no dia de hoje na cidade de São Paulo. Um grande atleta, um exemplo de ser humano.

Não há como falar em futebol brasileiro e não pensar em Sócrates. Não há como pensar em democracia e não lembrar do movimento liderado por ele à altura das Diretas, a Democracia Corinthiana, algo nunca mais visto. Não há como ler, ver, ouvir suas palavras e não pensar "poxa, que cara fantástico!"

Ainda ontem à noite peguei minha revista ESPN do mês de Novembro para ler a entrevista concedida por ele à equipe. Simples, objetivo, e correto em seus pensamentos. Um baita exemplo para essa geração.

Querem um exemplo? Quando perguntado sobre o vício com a cerveja, ele disse: "Tenho o dever de colocar minha opinião. Assim como convivi com isso e me prejudicou de todas as formas, acho que as pessoas têm de ter consciência disso".

Uma pena que tenha se envolvido com o álcool, mas digo que ele é mais uma vítima da influência da mídia sobre os jovens, apanhados logo cedo e convidados ao vício. Pena que tenha acordado tarde.

Vá em paz, Magrão. Que Deus ilumine seus caminhos.


quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Outra lição

Olá, amigos. No dia de hoje, recebi uma proposta do professor Paulo Armondes para que desenvolva um pensamento sobre o filme "Ilha das Flores", um curta lançado em 1989, ano em que eu ainda nem havia nascido. Pois é. De tudo se tira uma lição. Filme antigo, edição simples, mas lição grandiosa e que ainda se encaixa nos dias atuais. Já havia assistido ao curta, mas sem a atenção necessária para se tirar qualquer coisa que não seja momentânea. Primeiro, acompanhem ou relembrem o curta e depois trago minha reflexão.



O curta “Ilha das Flores” é um daqueles impactantes. Não há como assistir e não se sentir, ao menos, um pouco culpado. É claro e evidente que nós, membros da sociedade urbana, temos a necessidade de consumir e também é claro que sem esse consumo não há sobrevivência. O grande problema é que nós extrapolamos demais esse limite de consumo e nem sequer pensamos que, ao retirar o material das prateleiras do supermercado quando não há a necessidade do consumo, mesmo que de forma indireta, esse material estará faltando na casa de alguém. É essa postura que causa tanta desigualdade na sociedade. O problema não está no capitalismo, ou no consumo. O problema está na mentalidade, no poder, que adquiriu o ser humano com a melhoria das condições sociais de alguns.

Assistindo a esse vídeo, chamei meu irmão, de 10 anos, para acompanhar também. No fim do vídeo, o questionei: “Está vendo porque você não deve jogar comida fora?”. E aí ele me veio com essa: “Mas, e se esse lixo jogado fora não fosse pra ‘Ilha’, esse pessoal não teria comida e, não morreria de fome?”. Pois é. Esse também é outro problema. Vejam só como nossa sociedade se omite em relação a problemas assim. Um problema gera outros. O consumismo gera a desigualdade. O consumismo também gera a maior produção de lixo. Como é mais fácil e prático, jogamos esse lixo em um lugar qualquer, onde não atrapalhe minha vidinha na cidade grande. E aqueles que foram esquecidos pelo avanço econômico da sociedade vão se utilizar do que eu chamo de “lixo” nesse lugarzinho onde eu deposito meus restos.

É bem claro que esse vídeo é bem antigo. Antiga também é a desigualdade entre os seres humanos. Como, num mundo “tão globalizado” como o nosso, com o crescimento da economia, ainda existirem seres humanos, feitos de carne e osso, como nós, ainda se alimentarem dos restos que nós, em nossas condições de seres humanos superiores, julgamos não nos servir.

O vídeo é antigo, mas a lição, infelizmente, nunca fica ultrapassada.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Dica musical do dia

De volta, amigos. A partir de hoje, vamos aproveitar esse espaço para destacar também o que ando ouvindo, deixando algumas dicas de boas músicas/discos para vocês. Sempre trarei ritmos diferentes, para todos os gostos.

Bom, pra começar, relembro um excelente álbum de Os Paralamas do Sucesso. O Acústico MTV, gravado no ano de 1999, é um dos quais ouço com frequência e recomendo a todos vocês. Confesso que sou um grande fã do trabalho dessa banda, e esse é um dos álbuns que mais gosto. Aliás, a banda foi reforçada pela presença de Dado Villa-Lobos, ex-Legião Urbana, para essa apresentação.

Uma das melhores músicas é "Uns Dias", composta por Hebert Vianna. Assista no vídeo abaixo:


Nesse CD/DVD também estão presentes outras grandes músicas, como "Um amor, um lugar" (Hebert Vianna), "Que País é Esse" (Renato Russo) e "Meu Erro"(Hebert Vianna). A última teve a excelente participação de Zizi Possi, numa versão totalmente diferente da original. Confira também:


E essa é a dica musical de hoje. Espero que aprovem.

Um abraço a todos.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Futebol: cada dia mais chato e mais gostoso de se acompanhar (Coluna do dia 8)

Olá, amigos. No dia 8 de Novembro, no Boleiros da Arquibancada, postei minha coluna semanal com o título "Futebol: cada dia mais chato e mais gostoso de se acompanhar". Disponibilizo-a agora aqui nesse espaço para aqueles que ainda não acompanharam. Aliás, esse espaço aqui anda meio parado. Vamos o reativando. Vamos lá.



Os queridos "certinhos", não bastasse o mundo inteiro, parecem querer tomar conta do futebol agora também. Atacante não pode cair quando tocado porque "tentou ludibriar a arbitragem". Outro exemplo ocorreu ontem, após o final do jogo do Cruzeiro e a entrada da Raposa no Z4. Lendo algumas brincadeiras pelo facebook, percebi uma coisa observando alguns colegas nas redes sociais: brincar com o time do amigo/colega soa como se tivesse xingado a mãe do mesmo. Chega a ser irritante. Daqui a alguns dias, quem xingar o árbitro vai ser preso e retirado de seu lugar nas arquibancadas de um estádio qualquer. Uma pena que seja assim. Mas esses são apenas alguns exemplos. Citarei outro que me intrigou nesses últimos dias.


Na semana passada, pudemos presenciar mais uma atitude "certinha" de alguns companheiros de certa parte da mídia. O América iria receber o Corinthians e, avistando uma oportunidade de conseguir maior renda, levou a partida para Uberlândia. Devido ao fato de a cidade do Triângulo estar bem perto do estado de São Paulo, obviamente que o número de torcedores paulistas seria maior. Até aí, pra mim, tudo correto. América, que tem seu estádio passando por reformas, vai jogar em Minas Gerais, em um dos campos adotados pela equipe no início do ano como mando. Ok. Mas para a mídia bairrista, tudo errado.


E não é que o "América inverteria o mando de campo"? "Nossa, o Corinthians está sendo muito favorecido! Como é que a CBF deixa uma coisa dessas acontecer? É claro que o América, praticamente rebaixado, não está nem aí mais pro Brasileirão!". Foi isso que eu ouvi ao longo dessa semana. E o pior nem foi ouvir isso. Pior foram pessoas que sequer acompanham o noticiário local do nosso estado (Minas) compararem esse caso ao caso da redução de ingressos ao torcedor do Atlético Mineiro no último duelo entre ambas as equipes. Os inúmeros colegas que disseram isso, poderiam ter evitado comparações incomparáveis, já diria o outro. São casos bem distintos. Quem se manteve bem informado, sabe bem o que digo e não falaria essa besteira.


Pois é. O América "inverteu o mando de campo" e, mesmo "sem querer mais nada com o campeonato" e "ter dado mostras que entregaria o jogo pro Todo Poderoso Timão", ganhou do Corinthians no Parque do Sabiá, ou do Gavião, como queiram. Ora bolas, isso é futebol! Até o Tite, técnico do Corinthians, havia dito em oportunidades anteriores que jogar com torcida às vezes é "pior" para a sua equipe, que tende a querer resolver rapidamente as partidas, na ansiedade.


Essa é mais uma prova daquelas que não há a necessidade de se olhar apenas um lado das coisas, o lado que lhe convém. O América não inverteu o mando de campo, porque continuou jogando em Minas Gerais, vendeu os ingressos que tinha que vender e o mais importante: venceu.


Agora, deixo uma pergunta no ar: será que os mesmos colegas que fizeram uma tempestade com essa questão do América vender ingressos para o torcedor do Corinthians não teriam a feito também se a diretoria do clube mineiro restringisse a entrada de torcedores da equipe paulistana? Pensemos.


Esse é o futebol. Cada dia mais chato e mais gostoso de se acompanhar, porque se torna cada vez mais imprevisível. Afinal, quem pensaria que o líder Corinthians atuaria tão mal contra o lanterninha América? Deve ter sido nisso que os colegas se apoiaram. Eles não pensaram nessa possibilidade.


Quer uma dica, amigo? Torça pelo seu time, seja menos "certinho" (entenda bem o sentido da palavra), goze o time do seu colega, mantenha a tradição corneteira do futebol. A alegria tem que fazer parte da vida, o futebol também faz parte da vida. E lembre: sua vida não vai acabar só porque seu time perdeu no domingo. E para você, da mídia bairrista, tente observar os dois lados da coisa e analisar friamente as situações para não emitir opiniões contraditórias. É isso.


Forte abraço à todos.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A primeira coluna do novo projeto do Boleiros da Arquibancada

Olá, amigos. Nesse post vocês poderão conferir a minha primeira coluna que foram ao ar nas semanas anteriores no Boleiros da Arquibancada, no nosso novo projeto. O "A bola está comigo" traz colunas diárias com cada um de nossos companheiros. Naquela oportunidade, o título foi "A vitória de Cuba e o enfoque dado ao esporte no Brasil".



Bom, vamos ao assunto que decidi abordar nessa primeira coluna. Os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara se encerraram nesse domingo (30). Em uma matéria anterior, destaquei que apesar de alguns desapontamentos, o Brasil fez a sua melhor campanha na história do Pan, com a exceção daquele que foi realizado no Rio em 2007. De fato, nada mais lógico do que evoluir sempre, tendo visto que nosso país tem 190 milhões de habitantes. Mas será lógico uma ilha de 11 milhões de habitantes que sempre viveu em momentos de ditadura conquistar mais medalhas de ouro do que o Brasil? Eu digo que sim. É bem lógico. Afinal, o que faz um país do tamanho de Cuba ser uma potência esportiva há tantos anos?

O enfoque dado ao esporte em Cuba é diferente do enfoque dado ao esporte no Brasil. Lá, nessa mesma pequena ilha, esporte e educação andam juntos. Aqui, no país "gigante pela própria natureza", como em grande parte do mundo, o esporte está voltado a um jogo de interesses, sempre relativos ao enriquecimento de terceiros. Muito sabiamente, Fidel Castro, ex-líder de Cuba, disse que o desempenho de seu país só não foi melhor devido aos "vendedores ambulantes" que transformam o esporte num comércio e "deixam de lado os ideais e propósitos dos Jogos Olímpicos".

Categoria de base? O que é isso? Nem a maioria de nós que temos o papel de informar sabemos se está surgindo uma próxima promessa no futebol, no basquete, no vôlei ou em qualquer esporte. Não há o interesse da mídia. Não há o interesse da iniciativa privada. Não há o interesse da política pública. O problema não está em investir na joia trabalhada, e sim em não querer investir no trabalho e na moldagem dessa joia, para que surjam mais joias como essa.

Não seria mais fácil educar através do esporte? Cuba consegue fazer isso. E mais: eleva o nome do país, mesmo que "apenas" no esporte. Vagando por essa internet e relembrando outras coisas que li e assisti, descobri que Cuba tem uma faculdade de cultura física em cada província do país. Nessas mesmas faculdades, são cerca de 11 mil alunos matriculados. Um pouco menos de 50% da população pratica esporte sistematicamente, e 25% sem tanta frequência. E no Brasil? Dados de 2010 do MS indicavam que menos de 15% da população do Brasil praticava esporte, e mais de 16% eram sedentárias.

Ah, descobri também que em Cuba todos os esportes/eventos esportivos são gratuitos. E no Brasil? Qual o prazer com o esporte pode ter uma criança pobre, impossibilitada de praticar o mesmo nas "escolinhas" devido às condições de seus pais? Pois é.

O lutador Liván López (de vermelho) fez história para Cuba em Guadalajara, conquistando o 800º ouro para o país, dedicando a conquista à Fidel e Raul Castro.
(Foto: AP)

Ao longo dos meus onze anos de Ensino Fundamental e Médio, sempre estudei em escola pública. E na maioria do tempo, nesses onze anos, a matéria entitulada como "Educação Física" foi mal tratada. Nessa matéria, de educação eu (quase) NUNCA tive nada. Sempre foi apenas um momento em que os meninos são soltos num espaço e correm atrás de uma bola. E é importante deixar bem claro que eu disse "meninos", pois "meninas? Desde quando meninas praticam esporte?". A ideia que eu ouvi e vi acontecer sempre foi assim. Das pessoas que se destacam no cenário esportivo brasileiro atual, poucas são mulheres. Não há um incentivo, uma motivação. E continuará sendo assim. E o grande problema é que enquanto continuar sendo assim, muitos campeões deixarão de ser formados e, o pior, poderão andar por caminhos errados.

Não sou hipócrita de dizer que "o esporte afasta a criança/jovem das drogas". Acho que não é bem isso, não é bem por aí. Mas, de fato, ocupar a cabeça do(a) garoto(a) com educação e esporte é um baita atalho para eliminar a pobreza, o analfabetismo, o vandalismo, e adjacentes. E é um caminho para formar seres humanos corretos, educados, e o melhor: vencedores no esporte e na vida.

Até quando vamos continuar perdendo vencedores? Não sei. Só sei que conheci muitos que poderiam ser vencedores na vida e pararam no meio do caminho.

Espero que isso mude um dia. É, pátria amada ...

Parabéns à Cuba e um "viva!" para aqueles que lutam pela educação e pelo esporte.

domingo, 30 de outubro de 2011

Parem de querer aparecer em cima do moleque

Quem foi ao Pacaembu na tarde de ontem (ou simplesmente ligou a TV) na partida envolvendo Santos e Atlético-PR pôde presenciar mais uma coisa absurda de Neymar. O melhor jogador brasileiro (de longe) da atualidade marcou quatro vezes contra o Furacão, na vitória por 4 a 1.

Neymar, de semana a semana, nos propicia momentos como esse. Driblando, caindo (claro, é um artifício de qualquer atacante) e se levantando após tantas pancadas que sofre. E o melhor de tudo: Sendo decisivo, driblando para a frente, com o objetivo de marcar, de ser útil ao Santos, de ser produtivo.

Mas o objetivo principal desse humilde texto não é exaltar o futebol do garoto, coisa óbvia e fácil de se fazer. O problema abordado aqui é que tem gente demais querendo aparecer em cima dele.


Outro dia, no duelo contra o Atlético aqui em Minas, Neymar se revoltou com o árbitro (não entro no mérito se estava certo ou não), bateu palmas para ele e foi expulso. Beleza, sofreu a punição. E aí chegam 450 mil moralistas e certinhos do mundo do futebol e jornalistas falando que "o cara tem que ser repreendido, tem que tomar bronca, tem que blá blá blá" e um tanto de asneiras que costumamos ouvir a cada "polêmica" presenciada com o cara.

Ora bolas, Neymar não é ser humano? Neymar não pode se revoltar em algum momento e tomar alguma atitude dessas? Tem que tomar pancada, não pode cair porque será chamado de "cai-cai" e, se reclama e é expulso, tem que ser repreendido pelo querido professor que tem o poder de ganhar tudo "sozinho" onde vai? E se um cara experiente, e sem o peso que Neymar carrega nas costas por ter a responsabilidade de ser o melhor sempre, fizesse o mesmo? Os mesmos 450 mil falariam da mesma forma? Ah, façam-me o favor. Acho que tem algo errado.

Falar o que com um cara que a cada semana decide as partidas pro Santos? Ou alguém tem dúvida que sem Neymar dificilmente o Santos teria chegado onde chegou, pelo menos da forma como chegou? Sinceramente, é hipocrisia demais.

Parem de querer aparecer em cima do moleque.

Foto: Agência Lance

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Valeu, Mendes

Pois é, "minha gente" (como ele gostava de se referir à seus ouvintes). Morreu hoje um dos maiores radialistas esportivos que o Brasil já viu. Luiz Mendes, o "comentarista da palavra fácil", não está mais entre nós, mas deixa uma grande lição de aprendizado à todos aqueles que querem, algum dia, serem lembrados como ele é e sempre vai ser.


Mendes era o mais velho comentarista em atividade. Participou da cobertura de "apenas" 16 Copas, das 19 já disputadas. Sofria de problemas de saúde há certo tempo e estava internado desde o meio deste mês. Faleceu com 87 anos de idade.

De fato, no fim de carreira Mendes já não era o mesmo. Também pudera, foram tantos anos dedicados à análise do futebol... Não há como deixar de elogiar o grande profissional que foi.

Infelizmente, não tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente mas, mesmo pelo radinho, Mendes me passou um aprendizado grandioso, através de suas várias histórias onde retratava o esporte de antigamente até o atual. Do pouco tempo que pude acompanhá-lo pela Rádio Globo e pela grande diversidade de arquivos que essa Internet nos proporciona, não posso deixar de reconhecê-lo como um dos grandes que já ouvi.

Valeu, Luiz Mendes!

De volta com os noticiários

Voltei a gravar noticiários pro Boleiros da Arquibancada. Hoje postei um com as informações do Atlético Mineiro, que se prepara para o duelo contra o Palmeiras, no próximo domingo. Ouça aí e opine sempre que puder.



Passe por lá também, ó: Boleiros da Arquibancada.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

E não é que a goleada de ontem nos fez recordar uma bela história?

Na noite de ontem, o Botafogo foi à Colômbia e tomou uma pancada do Santa Fé por 4 a 1. Para aliviar a dor botafoguense (se é que ela existe), deixemos o resultado em si de lado e vamos nos ater para o "destaque" da partida de ontem.

Na segunda etapa do jogo, um singelo cão invadiu o gramado do estádio El Campín, em Bogotá, e fez questão de dar um baile em todos aqueles que se incomodaram com a sua presença no gramado. O fato de se ver mais de dez seguranças tentando conter o avanço do animal no gramado fez da cena um divertimento para o torcedor colombiano, que gritava "Olé!" a cada drible do cachorro.

A cena nos faz voltar à uma história envolvendo o Botafogo e essa pequena raça animal. Afinal, quem nunca ouviu falar em Biriba, antigo mascote alvinegro na década de 40? Para quem não ouviu, contemos um pouco da história.

Biriba puxando a fila de jogadores numa partida do Botafogo pelo Estadual de 1948.

Biriba foi um cachorro alvinegro que, na altura dos anos 1940, foi adotado como mascote do clube pelo antigo presidente do Botafogo, o já falecido Carlito Rocha. Em 1948, o Botafogo fazia uma partida contra o tradicional Madureira e vencia por 10 a 2. Quando o clube marcou o décimo gol, o singelo animal, que pertencia ao zagueiro também já falecido Macaé, invadiu o gramado e daquele dia em diante foi adotado por Carlito como mascote do Fogão. Biriba permanecia junto aos reservas no banco.

Biriba era considerado como um amuleto para o presidente do Botafogo, tendo visto que, naquele ano, o Fogão se sagrou Campeão Estadual sobre o poderoso Vasco da Gama, chamado de Expresso da Vitória. Após 13 anos, o Botafogo conquistava um título e, ainda mais, de forma invicta. Quer maior superstição do que essa? Pelo menos deu certo, né?

O cão morreu em 1958, cego e com problemas de coração. A notícia, na época, foi veiculada pelo Jornal O Globo.

O ex-presidente Carlito Rocha e o mascote da sorte, Biriba. Em uma das partidas da final de 48, os dirigentes do Vasco queriam impedir a entrada do amuleto botafoguense. O presidente bancou: "Ninguém impede o presidente do Botafogo de entrar onde quer que seja e quem estiver com ele entra, com certeza".

Mais uma história relembrada aqui no nosso blog.

Fotos: Blog do Roberto Porto

terça-feira, 25 de outubro de 2011

E o "desinteressado" começou a decidir o campeonato

Já de olho no Campeonato Mundial Interclubes a ser disputado no final do ano, o Santos foi taxado por muitos como um clube desinteressado no Brasileirão, até por ter demonstrado algumas atuações completamente apáticas, como as derrotas para Atlético Mineiro (2 a 1) e Grêmio (1 a 0). Mas a sequência de jogos do Santos já começou a demonstrar que, apesar do provável "desinteresse", o Peixe tem poder de fogo para atrapalhar as disputas no Campeonato Brasileiro, tanto na parte de cima, como na parte de baixo da tabela.

Borges e Neymar podem decidir o Brasileirão.
(Foto: Leandro Amaralo / Futura Press)

O Santos começou a atrapalhar a luta pelo título na semana passada. Na quarta-feira, o Fogão foi à Vila Belmiro dependendo apenas de um resultado positivo para se tornar líder isolado do campeonato. E não é que Neymar e Borges resolveram a parada à favor do Peixe? O alvinegro praiano venceu por 2 a 0 e o Botafogo ficou onde estava mesmo.

No domingo, o Flamengo foi quem sofreu com Neymar. Num jogo com arbitragem contestável, o rubro-negro também não conseguiu passar pelo Santos. Se tivesse vencido, colaria no líder Vasco da Gama, com os mesmos 55 pontos do vice-líder Corinthians. O Fla segue em quarto.

Na 33ª rodada, no próximo dia 6, o Santos receberá o Vasco na Vila. Será que o Peixe também será "uma pedra no sapato" do cruzmaltino? E para aqueles que ainda acreditam num possível título do Tricolor Paulista, na última rodada teremos um San-São na capital paulista.

No próximo final de semana, o Peixe começará a decidir a parte de baixo da tabela; na Vila Belmiro, receberá o Furacão, um completo desesperado no Brasileirão; na 34ª rodada, vai ao PV enfrentar o Ceará; e na 37ª recebe o Bahia, que também parece que lutará contra o descenso até o fim do torneio. Atlético Mineiro, Cruzeiro e Avaí torcem para o Santos nessa reta final.

Vale sempre lembrar que o Peixe está na metade da tabela, certamente já assegurado na primeira divisão do ano que vem e com vaga garantida na Taça Libertadores, por ter sido o Campeão desta temporada.

Será que o Santos vai provar para os críticos que é mais do que um mero figurante nessa fase final do Brasileirão? Sinceramente, eu acredito que sim. Como diria o outro, "vamos aguardar".

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Desculpe, seu Zagallo ...

De volta, amigos. Vagando pela internet, relembrei uma música que traz de volta uma bela história. Em 1973, Mário Jorge Lobo Zagallo, na época treinador da Seleção Brasileira, convocou alguns atletas para um torneio a ser disputado na Europa, numa espécie de treinamento para a Copa da Alemanha, em 1974.

O treinador do Brasil foi muito questionado por algumas de suas opções. E nada melhor para explicá-las do que a música de Hélio Matheus e Luiz Vágner, interpretada na época por Luiz Américo. A música trazia de forma bem humorada uma crítica à convocação de Zagallo.

Zagallo povoou sua equipe de atletas vinculados ao Botafogo e não levou Jairzinho ("o Furacão"). Convocou o atacante Flecha do Grêmio, e esqueceu do meio-campo ("Levaram uma flecha e esqueceram o arco"). Palhinha foi outro convocado que não deu certo. A música também cita o zagueiro Luiz Pereira e o goleiro Leão. Segundo a letra, se não fosse Pereira, "comia um frango assado lá na jaula do Leão".

A música também se refere ao nervosismo de Rivelino, o "garoto do parque". E fala também de Pelé, no refrão, ao qual o Brasil não havia achado ainda um substituto.

Ouça e veja a explicação também no vídeo:



Marcelo D2 transformou a música em rap. Ouça também:


Desculpe, seu Zagallo
Mexe nesse time que está muito fraco
Levaram uma flecha e esqueceram o arco
Botaram muito fogo e sopraram
O furacão, que não saiu do chão

Desculpe, seu Zagallo
Puseram uma palhinha na sua fogueira
E se não fosse a força desse tal Pereira
Comia um frango assado lá na jaula do leão
Mas não tem nada, não

Cuidado, seu Zagallo
O Garoto do Parque está muito nervoso
E esse meio-campo fica perigoso
Parece que desliza nesse vai
Não vai, quando não cai

Desculpe, seu Zagallo
A crítica que faço é pura brincadeira
Espírito de humor, torcida brasileira
A turma está sorrindo para não chorar, tá devagar

É camisa 10 na Seleção!
É camisa 10 na Seleção!
10 é a camisa dele
Quem é que vai no lugar dele?

Um pouquinho de história é sempre bom. Quando achar uma outra boa dessas, a trago também por aqui. O que acharam desta?

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

E a história se repete

Os dias passam, as personagens são outras, mas o teor da conversa é sempre o mesmo. No dia de ontem, novamente, um ser humano foi agredido por "torcedores". Dessa vez, a vítima foi o volante João Vitor, do Palmeiras, que foi agredido covardemente por vagabundos 'organizados' nas imediações da loja do clube palestrino onde, liberado pelo clube, estava a comprar camisas do clube com amigos. Como já é comum, a polícia não identificou os agressores, ou seja, ninguém foi preso ainda e, dificilmente será.

Mesmo com a presença de alguns policiais, João Vitor (de amarelo) foi agredido por membros de uma facção de torcida do Palmeiras.
(Foto: RedeTV!)

Companheiros, situações como essa são vistas todas as semanas. Voltamos a citar o "até quando vamos ter que ver situações assim?". Lamentavelmente, a impunidade ainda é presente nesse país. Qual é a explicação para haver num país como esse total passividade para crimes como esses? Será que terão que aparecer novos Joões, Josés, Pedros ou o que quer que seja? Não dá.

E o pior é ver a omissão dos responsáveis por dar segurança no nosso país. A polícia não fala nada, as demais autoridades também não falam. Pelo menos ontem, o atacante Kléber falou e se revoltou. Se revoltou com a postura omissa de Felipão e Frizzo, técnico e vice-presidente do Palmeiras, sobre o caso de seu companheiro João Vitor. Na semana passada, alguns componentes da Mancha Verde foram protestar na porta da casa de Kléber e não sofreram punição alguma. Segundo o Globoesporte.com, Felipão teria dito que "essas coisas acontecem" e que iriam para o jogo normalmente. Kléber se revoltou e foi impedido de viajar com a equipe para o Rio de Janeiro, onde enfrentam o Flamengo na noite de hoje. E a diretoria do clube soltou apenas uma "notinha" falando que aguardará maiores investigações, sem se posicionar sobre o caso. Posturas como essa da diretoria do clube são totalmente lamentáveis. Aqui é assim: se você fala o que pensa, sobre retaliação.

No "nosso" país, o vagabundo que veste a camisa de um clube é tratado de forma diferente do vagabundo 'comum'. Se você, caro leitor, agredisse um outro na rua, seria punido de forma enérgica. Mas se você traz consigo o "abadá da impunidade" que é a camisa de uma torcida organizada, você nem é identificado. Talvez seja essa a grande causa do aumento do número de delinquentes e, consequentemente, das vítimas de 'torcedores' organizados no nosso país.

A única coisa que cobramos são posturas enérgicas de nossas autoridades. Chega de falar de "legado deixado pela Copa do Mundo" e tantos blá-blá-blás que estamos cansados ver serem vomitados pelos nossos queridos comandantes. Só queremos a paz, unicamente a paz.

A enquete feita em nosso blog desde o fim do ano passado, com a violência sofrida pelo torcedor cruzeirense após um evento de lutas em Belo Horizonte, foi encerrada. A maioria dos que responderam a enquete (55%) se disse à favor do fim das torcidas organizadas. Cito-a apenas como referência. Eu também sou totalmente à favor do fim das facções organizadas. Mas apenas isso não resolverá o problema.

Não adianta acabar com a torcida organizada, impedi-los de vestir a camisa da facção de torcida e deixá-los 'passear' livremente pelo bosque afora. Lugar de vagabundo é fora de circulação pública. E eu falo de vagabundo de qualquer espécie. Já me cansei de me entristecer com situações como essas.

E ainda tem gente que fala que sente orgulho de viver num lugar desses. É, Brasil ... Invista em educação, para que outros bandidos não sejam formados com o tempo.

Força ao xará João Vitor numa pronta recuperação e que não seja mais um excluído da sociedade pelo medo de sair às ruas, como tanta gente de bem hoje em dia.

sábado, 8 de outubro de 2011

Ontem, o clássico das multidões. Hoje, o dos desesperados. Quer saber? Bem feito.

Coelho e Galo formaram um dos clássicos mais tradicionais desse país. Antigamente, o duelo era chamado de "clássico das multidões". Atlético e América já dividiram, um dia, a hegemonia deste estado. Quem viu essas duas equipes ao longo da história, não imaginaria ver o cenário atual. Ambas se enfrentam logo mais. E, hoje em dia, um jogo desses não merece mais ser chamado de "clássico". Não apenas pelo momento de ambas as equipes, mas pela forma pela qual as mesmas são tratadas por suas diretorias.

A semana de América e Atlético teve como fato mais importante uma briga por ingressos, motivada pela forma como a diretoria do Galo tratou os torcedores americanos no primeiro turno. Desrespeitou? Sim, desrespeitou. Atitude digna de um apequenado do futebol, como vem se tornando o Galo. Nessa semana, a diretoria americana resolveu dar o troco. Disse que iria ceder apenas 1800 ingressos para o torcedor atleticano. Tudo certo dentro da lei, mas o que soou como uma afronta para a diretoria do Atlético, que rejeitou os 10% de ingressos. 190 entradas foram disponibilizadas para o "visitante" Atlético.

Resultado: até ontem, 117 entradas foram adquiridas pelo torcedor, num geral. Quer saber? Bem feito. Ainda bem que teremos menos de 1000 torcedores no estádio hoje. Esse pessoal não merece o apoio do torcedor já revoltado com o amadorismo de certos dirigentes de nossos clubes.

A prioridade num momento como esse é outra. Qual o problema de a diretoria do América (ou do Atlético, no primeiro turno) liberarem as entradas normalmente? O momento é de união e não de briguinhas motivadas por um fanatismo besta. É por motivos como esse que não podemos mais chamar América e Atlético de grandes equipes. O América já não o é há tempos. O Atlético se tornou um mediano.

Já entristecido com esse momento, não espero nada mais do que um empate no dia de hoje, coroando o momento melancólico do futebol mineiro. Me parece necessária uma queda das três equipes do estado (incluo o Cruzeiro nessa história). Se as diretorias plantaram, terão que colher e, no momento, não merecem a permanência na primeira divisão.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Relembrando com felicidade: Entrevista com Paulo Soares, o "amigão da galera"

Peguei meu celular na manhã de hoje e tive uma grata lembrança.

No dia 1º de julho deste ano, entrevistamos o grande locutor Paulo Soares, o "Amigão da Galera", dos Canais ESPN. Mais do que um aprendizado, foi uma grande honra para mim poder conversar com um grande ídolo, um espelho. Foi um dos momentos mais felizes que vivenciei.

Acompanhem a matéria completa abaixo, originalmente postada no http://boleirosdaarquibancada.blogspot.com/2011/07/boleiros-da-arquibancada-entrevista.html . Aliás, aproveite para conferir outros bate-papos por lá.

Aproveito a oportunidade para deixar um abraço para o Amigão, uma grande pessoa.
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Amigos do Boleiros da Arquibancada, uma boa noite. Apresentamos a vocês uma entrevista mais do que especial. Batemos um papo com Paulo Soares, o 'Amigão da Galera', narrador dos Canais ESPN. Amigão aceitou gentilmente a nos conceder essa entrevista, que trazemos agora para vocês.

Paulo Soares é narrador dos Canais ESPN e da Rádio Estadão/ESPN. Já passou por inúmeras rádios do estado de São Paulo, não se prendendo apenas ao futebol. Paulo é também apresentador do Sportscenter, todas as noites, ao lado de Antero Greco, pela ESPN Brasil.



segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Semana cheia no Boleiros da Arquibancada

Nessa semana, como já de prache, o blog Boleiros da Arquibancada marcará presença em várias coberturas do esporte nacional e internacional. Eu estarei nas seguintes partidas:

Salgueiro x Boa Esporte (Série B), terça, 04/10, 20h30;
Grêmio x Santos (Série A), quarta, 05/10, 20h30;
Argentina x Chile (Eliminatórias da Copa 2014), sexta, 07/10, às 20h10;
América x Atlético-MG (Série A), sábado, 08/10, às 18h.

E ainda teremos total e completa cobertura das Séries A, B, C e D, Eliminatórias da Euro e da Copa de 2014, Seleção Brasileira, UFC 136, Fórmula 1 e tudo que envolve o esporte.

Acompanhem nossos textos sempre que puderem no nosso blog e nas redes sociais.

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Boleiros da Arquibancada: Alguns cobrem o esporte. Nós o respiramos.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Mais uma noite daquelas

O torcedor mineiro não aguenta mais. Nesta quarta-feira, pudemos acompanhar mais uma rodada maldita para o nosso futebol. Nem América nem Cruzeiro nem Atlético venceu. Os dois primeiros perderam. O último, empatou em casa com o Flamengo.

A derrota mais "aceitável" foi a sofrida pelo América de Givanildo Oliveira. O Coelhão perdeu por 2 a 1 para o Santos, equipe que vem em clara ascensão no Brasileirão 2011, sendo a vitória de hoje a quarta consecutiva na competição. O Peixe não perde há oito jogos. O América já não vence há quatro partidas e caminha a passos largos para disputar novamente a segunda divisão, dessa vez no ano de seu centenário.

O Cruzeiro foi à Curitiba e perdeu para o bom Coritiba, no Couto Pereira. Totalmente apático na maior parte do jogo, resolveu esbossar reação quando perdia por 2 a 0, após os primeiros 15 minutos da segunda etapa. Alguma mudança tem que ser realizada o mais rapidamente possível. O Cruzeiro já é o 15º colocado na competição e, dependendo do resultado de Palmeiras e Ceará, hoje às 20h30, a Raposa pode cair para a 16ª. O torcedor celeste que se acostumou a ver sua equipe sempre entre os primeiros na última década, terá de se contentar com um não rebaixamento, se o pior não acontecer.

Já o Atlético enfrentou o Flamengo, numa Arena do Jacaré com todo o ar de jogo tenso, de um clássico. Dominou o primeiro tempo, mas não marcou gols. Daniel Carvalho converteu uma bela cobrança de falta e marcou o primeiro do jogo. E daí a equipe recuou, não sei se por ordem do treinador. Apesar da equipe ter recuado, cedeu muitos espaços e Ronaldinho entrou no jogo. Jogando livre, ficou fácil, como ele mesmo disse. Ronaldo empatou o jogo ao finalizar com total liberdade de fora da área e o Flamengo só não virou o jogo porque Renan Ribeiro viveu uma noite memorável, merecendo aplausos do torcedor. De qualquer forma, fica a lamentação. Poderia ter sido muito melhor se houvesse mais capricho na primeira etapa.

Quem imaginaria que a melhor equipe mineira no Campeonato Brasileiro de 2011 estaria na 15ª colocação? Mais uma noite daquelas, em que todos os torcedores mineiros vão para seus aposentos entristecidos, cabisbaixos e até revoltados com as campanhas pífias de suas equipes. Sinal de alerta aceso.

Ouça a entrevista de Cuca após o empate contra o Flamengo

Ouça no player abaixo a entrevista do técnico Cuca, após o empate em 1 a 1 contra o Flamengo, na noite de ontem, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas.


O empate veio num jogo em que o Atlético teve chances de vencer, atacando mais e podendo matar a partida. O Galo pecou ao dar liberdade para o Flamengo jogar e crescer no jogo.

Os detalhes de Atlético Mineiro 1x1 Flamengo você poderá conferir amanhã pela manhã, no blog Boleiros da Arquibancada, com as informações de Matheus de Oliveira.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Esse é o meu Brasil

No dia de hoje, comemorações e mais comemorações acontecem por todo o Brasil. O motivo? Faltam 1000 dias para a Copa do Mundo. Muito bem. Legal. É uma data que, para alguns, pode significar algo. Para mim, não significa nada.

Você deve achar que eu sou o cara mais ranzinza do mundo. É, eu também acharia isso.

E sou mesmo. Mas sou porque nesse querido país onde nascemos (e não tenho orgulho nenhum disso) a palavra "comemoração" é sinônimo de exagero. E, como sempre, alguém aproveita pra ganhar algo.

Exemplo? Só em Brasília, o Governo do Distrito Federal gastou R$ 1,6 milhão com a festa comemorativa. O dinheiro será gasto, entre outras coisas, com o cachê de famosos artistas. Entre eles, Cláudia Leitte receberá R$ 460 mil, Daniela Mercury tem cachê de R$ 180 mil e o Grupo Restart receberá cerca de R$ 100 mil.

Entenderam porque sou ranzinza? Porque aqui se gasta R$ 1,6 milhão em dinheiro público com festa comemorativa de 1000 dias para a Copa do Mundo. Ah, façam-me o favor, né?

Quase me esqueço que, na mesma Brasília, foram gastos R$ 900 mil na festa do Dia de Independência.

Esse é o meu Brasil. Acredito que o seu, caro leitor, não é diferente.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Única justificativa

No treinamento de hoje da seleção de Ricardo Teixeira tivemos algumas surpresas. Atentarei-me para apenas uma delas. Se quiser conferir todas, acesse o Boleiros da Arquibancada e acompanhe todas as informações.

Bom, retomando. Lucas foi escalado entre os reservas. Rhodolfo também. O segundo, é até aceitável. O primeiro, não. Lucas é um dos melhores meio-campistas do Brasil e não poderia ficar de fora sequer do treinamento do Brasil.

Notem um fato, caros senhores: Lucas e Rhodolfo são atletas do São Paulo Futebol Clube que, curiosamente, tinha (ou tem) uma velha rixa política com a CBF. Notem também que Lucas sempre foi reserva no Brasil, mesmo tendo qualidade para ser titular absoluto.

Sinceramente, não consigo ver outros motivos pela não escalação dos atletas citados no treinamento de hoje.

Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Contradição

Como em quase todos os dias após meu almoço, assisti na tarde de hoje ao programa "Bate Bola" da ESPN Brasil, na apresentação do "canalha" João Carlos Albuquerque e comentários de Paulo Vinícius Coelho, Mauro Cezar Pereira e Lúcio de Castro. Um tema me chamou a atenção no dia, referente ao Flamengo de Vanderlei Luxemburgo (dele porque quem manda no futebol do clube é ele mesmo, apenas).

O diretor executivo do clube rubronegro, Luís Augusto Veloso, afirmou que o objetivo principal da equipe é e sempre foi a conquista de uma vaga para a Libertadores, confirmando o que disse o técnico Luxemburgo na última quinta-feira, após a derrota para o Corinthians.

A contradição está na fala de Luxemburgo. Ele, há certo tempo, teria dito que (não com essas palavras) o Campeonato Brasileiro piorou porque as equipes objetivam agora a vaga na Libertadores e não mais o título.

Além desta contradição, fica a pergunta: como um clube que investiu (e investe) tão forte pode não ter como objetivo principal o título do Brasileiro? Felipe, Alex Silva, Júnior César, Thiago Neves e Ronaldinho são exemplos. Sem falar na base que já estava por lá. Essa é apenas uma prova de que o clube do Flamengo contrata como time grande que é, mas pensa como um mediano qualquer.

Acredito que seja mais uma das meras desculpas porque o momento vivido pela equipe é péssimo, perdendo para equipes que, atualmente, seriam rebaixadas. Mas, de qualquer forma, não é coisa que se fale quando se é comandante de um clube do tamanho do Flamengo.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O CQC de segunda-feira passada e o momento político do Brasil

O programa "Custe o que Custar", da Rede Bandeirantes, na segunda-feira passada (5) apresentou duas matérias que representam bem o atual momento político do Brasil. Em uma delas, a repórter Monica Iozzi cobriu a não-cassação da deputada Jaqueline Roriz, que foi flagrada recebendo dinheiro de propina. Confira.


Chegamos ao ponto de ver o Deputado Federal Nelson Meurer (PP-PR) jogando "Paciência" no plenário. É um brincalhão.

Outra matéria bastante interessante foi realizada pelo repórter Danilo Gentili, mostrando os projetos legislativos mais inúteis de São Paulo. Confira:



É, amigo ... aí vem mais uma eleição e, eu aposto, que cada uma dessas peças serão reeleitas. Se conscientize, caro eleitor. O seu futuro está em jogo. A não ser que goste de ser explorado e tenha orgulho de viver num país como esse.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A festa de independência

Texto do amigo Rafael Antônio da Silva, de Belo Horizonte.

O Brasil acaba de completar mais um ano de independência de Portugal, um feriado nacional com festas em todo o país.

As forças armadas, os políticos e a população lado a lado comemorando essa festa em desfiles cívicos por todo lugar. A nossa presidente Dilma Rousseff apareceu em todos os canais fazendo um discurso exaltando a importância dessa data para nós, foi às ruas homenageando nossos militares.

Mas por trás de todo esse simbolismo tem um lado bastante questionável dessa festa. Em Brasília, o Governo Federal gastou cerca de R$ 900 mil para realizar esse evento. Será que um país com tanta desigualdade e servidores públicos mal remunerados poderia gastar tanto com um evento simbólico?

Por mais que essa data seja tão importante na nossa história não justifica o gasto de todo esse dinheiro. Não seria melhor se a presidente Dilma, em seu discurso de Independência, desse um presente para a população como, por exemplo, decretasse um aumento no salário mínimo ou aumento de escolas federais?

Somente assim seria um dinheiro público bem gasto para comemorar a nossa Independência.

Twitter: @rafaelotoninho

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O futebol brasileiro não reclamaria se houvesse outro "sete de setembro"

O feriadão no meio da semana fez bem ao futebol do Brasil. Vide a festa nas arquibancadas, que nos remeteu aos grandes tempos em que todas as partidas tinham os estádios com grandes públicos. Três dos quatro jogos da rodada de hoje tiveram públicos relativamente altos, proporcionando a maior importância do fator-casa e, obviamente, grandes rendas aos mandantes.

O dia da Independência do Brasil veio no momento certo para o São Paulo. Casa cheia para mais uma data comemorativa de Rogério Ceni. Hoje, o maior ídolo do Tricolor Paulista comemorou 1000 jogos na carreira e mais de 63 mil pessoas (entre pagantes e não pagantes) estiveram no Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, para receber à Rogério. O São Paulo faturou mais de um milhão e meio de reais com a venda de ingressos.

A festa para Rogério Ceni recebeu o maior público do Brasileirão 2011.
(Foto: Miguel Schincariol / Lancenet)

O Botafogo também jogou no Rio. E lotou o Engenhão. Sim, o Engenhão! O estádio João Havelange que, na maioria das oportunidades não recebe público, hoje recebeu 42 mil botafoguenses (36 mil pagantes) para acompanhar a goleada do "glorioso" sobre o Ceará por 4 a 0. A renda foi de quase 800 mil reais.

No Beira-Rio, Inter e América também duelaram e tiveram quase trinta mil pagantes acompanhando a peleja. O colorado gaúcho goleou por 4 a 2, num jogaço de bola. O público mais modesto entre as outras duas partidas. A partida entre Avaí e Santos não recebeu público tão grande assim, até devido às condições climáticas de Florianópolis no dia de hoje.

E eu fico aqui pensando ... o futebol brasileiro seria muito mais independente se houvessem outros "dias da independência" como este. O futebol brasileiro e, principalmente, o torcedor brasileiro não reclamaria nada se houvesse outro "sete de setembro".

sábado, 3 de setembro de 2011

Nada de "novo time". Mas que melhorou, melhorou

O Atlético venceu o Avaí. Foi uma vitória importantíssima. Daquelas que pode servir para dar confiança, para dar ânimo. Mas a questão novamente é: o adversário é o 18º colocado no campeonato.

Das seis vitórias do Galo no Brasileirão, 5 foram sobre equipes que brigam contra a degola: Atlético-PR e Avaí, duas vezes; e América. A outra vitória foi sobre o Fluminense, que brigava e briga entre os dez primeiros.

Não é hora de tomarmos decisões precipitadas e dizer que o Atlético é uma nova equipe e que tudo mudou. É hora de ter calma. Agora, que o Atlético melhorou, melhorou. Pelo menos, está vencendo. E, querendo ou não, isto é uma grande evolução.

Confira os detalhes do jogo no Boleiros da Arquibancada.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Mais uma prova de que o Brasil não é lugar de gente séria

Notícia retirada de http://www.sidneyrezende.com/ :

Com sobras, Jaqueline Roriz é absolvida e não tem mandato cassado

Foto: Agência Brasil

Por 265 votos negativos, o plenário da Câmara dos deputados absolveu a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) e ela não vai ter o mandado cassado pela Justiça. Eram necessários 257 votos para que a cassação acontecesse. Apenas 166 deputados votaram a favor. A votação foi secreta e aconteceu nesta terça-feira.

Um vídeo gravado em 2006, mas que foi divulgado apenas em março deste ano, mostra a deputada recebendo R$ 50 mil do ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal, Durval Barbosa, que delatou o esquema conhecido como "mensalão do DEM".

A defesa de Jaqueline defendeu que o vídeo foi gravado em 2006, quando ela não era funcionária pública e portanto não poderia ser submetida ao Código de Ética do parlamento.

O relator do caso, Carlos Sampaio (PSDB-SP), pediu a cassação alegando que o caso só se tornou público este ano, quando Jaqueline já tinha tomado posse do cargo. Ao todo, 451 deputados votaram.

Veja abaixo o vídeo em que Jaqueline Roriz recebe o bolo de dinheiro:


Parece piada, mas não é.
É necessário comentar algo? Lamentável e vergonhosa a situação de nosso país.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Uma dose de indignação

Olá, amigos. Trago à vocês uma notícia que me indignou e acredito que indignará aqueles que ainda não sabem da existência da mesma. Ontem (25), a Federação Catarinense de Futebol soltou uma nota em seu site oficial declarando que não irá tolerar qualquer tipo de protestos contra o excelentíssimo senhor Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol. Vejam só que piada:

De http://www.estadao.com.br/.
AE - Agência Estado

FLORIANÓPOLIS - A Federação Catarinense de Futebol (FCF) anunciou nesta quinta-feira, por meio de nota publicada em seu site oficial, que não tolerará protestos contra o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, no clássico de domingo, entre Figueirense e Avaí, no Orlando Scarpelli. Organizados via internet, torcedores de diversos clubes do País prometem uma série de manifestações contrárias ao mandatário do futebol brasileiro na rodada de clássicos do Brasileirão, neste final de semana.

Teixeira deve ser alvo de protestos em todo o Brasil - Arquivo/AE
Arquivo/AE
Teixeira deve ser alvo de protestos em todo o Brasil

A FCF, se dizendo respaldada também pelas posturas adotadas pelos presidentes de Avaí e Figueirense, que "se mostraram absolutamente contrários a este tipo de atitude por parte de seus torcedores", ressalta que qualquer manifestação contrária a Ricardo Teixeira se configuraria numa infração ao artigo 13-A, inciso IV do Estatuto do Torcedor. Ali se lê que, para ter acesso e permanecer em um recinto esportivo, não é permitido ostentar cartazes, bandeiras, símbolos ou outros sinais com mensagens ofensivas, inclusive de caráter racista ou xenofóbico. As críticas a Teixeira se caracterizariam como ofensas.

Desta forma, a Federação Catarinense lembra que o não cumprimento das condições estabelecidas neste artigo implica a proibição de ingresso do torcedor no estádio ou, se for o caso, o seu afastamento imediato do estádio. Deixa claro que o torcedor que protestar contra Teixeira poderá ser expulso do Orlando Scarpelli.

A FCF ainda reafirma o apoio a Ricardo Teixeira, "que sempre foi um amigo e deu suporte ao futebol catarinense", usando como argumento um trecho da Constituição Federal que diz que "ninguém será considerado culpado até o transito em julgado ter sentença penal condenatória".

Me parece que retornamos ao tempo da ditadura, amigos. Vejam só a que pontos chegamos. A cada dia passado, fatos novos acontecem e nos deixam ainda mais indignados com essas pessoas que comandam nosso futebol. E espero que o torcedor catarinense não se cale.

É por essa e outras que afirmo: FORA RICARDO TEIXEIRA!

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Mais uma vez, Jóbson ... Uma pena

Como você pode conferir no Boleiros da Arquibancada, o atacante Jóbson foi desligado mais uma vez de um clube. Dessa vez, pelo Bahia. A alegação? Atrasos e descumprimentos de regras internas e horários do clube.

Mais uma vez, voltamos ao mesmo roteiro. O histórico se repete. Infelizmente, essa já fora a previsão feita por nós anteriormente, nas suas saídas de Botafogo e Atlético Mineiro. O discurso de possível melhora do atleta não foi colocado em prática.

No Atlético, Jóbson chegou como uma aposta do clube, muito carente de atletas da posição. Não durou nem dois meses. Ele pediu para sair alegando "não ter se adaptado à BH". Mas, ora bolas, quem não se adapta à BH? Será tãaaao diferente assim de outros grandes centros do Brasil? Enfim, digamos que isso seja verdade. Em Belo Horizonte ele também se atrasou à treinos, se envolveu em polêmicas (como aquela história de engradados de cerveja em seu quarto) e pediu pra ir embora, na maior tranquilidade. O Botafogo, clube detentor de seus direitos e para quem deveria retornar, não o aceitou, já conhecendo a história. E foi aí que o Bahia entrou na jogada.

O tricolor se apressou para assinar com o jogador. E ele jogou bem, sendo o destaque da equipe até então. Mas, como tudo tem um porém, fora de campo permaneceu o mesmo. Irresponsável, acaba de ser dispensado do clube baiano.

Uma pena. Uma pena porque é ruim ver pessoas assim. Pessoas que parecem não melhorar de forma alguma, mesmo quando todos apostam nele, pelo seu potencial. Temos que pensar no ser humano mas, confesso, eu não apostaria nele para o meu clube. De certo modo, ele não é vítima e é conhecedor e consciente de seus atos. Acho um exímio jogador, mas peca por suas ações e sua "cabeça pequena".

Sou daqueles que acreditam nas pessoas até o último instante, desde que elas também acreditem. Espero que Jóbson melhore, mas já faz muito tempo que a maioria de nós esperamos.

Já que está longe de minha possibilidade ajudar, que Deus ajude esse rapaz. Sorte e cabeça, garoto!

domingo, 21 de agosto de 2011

Onde está o problema?

Os jogadores mudam, a equipe adversária também. O cenário muda. A cidade muda. O horário muda. Até o torneio muda. O resultado e a postura, não.

Mais uma vez, o Atlético Mineiro saiu de campo derrotado. E perdeu para o Botafogo, de quem é freguês número um. Não entremos no mérito desse jogo, exclusivamente. Olhemos o Atlético num todo.


Para aqueles que acham que o problema está no elenco ruim, discordo totalmente. Vamos então pegar cada um dos atletas titulares na noite de ontem e destacar um por um:

Renan Ribeiro: Destaque das categorias de base do Atlético, foi selecionado várias vezes, sendo vice-campeão Mundial Sub 20 em 2009. Bom goleiro.

Serginho: Surgiu como uma grata revelação, mas seu futebol caiu bruscamente nessa temporada. Perdido. Mas isso não pode ter acontecido em vão.

Lima: Bom zagueiro. Outro fruto das categorias de base, vendido em 2006 para o Bétis, da Espanha, e agora de volta.

Leonardo Silva: O Atlético dobrou seu salário em relação ao que recebia no Cruzeiro, clube anterior. Um zagueiro regular.

Richarlyson: Tem raça, vontade, mas não tem técnica. Não é um craque, longe disso.

Pierre: Um dos destaques do meio-campo do Palmeiras em 2009, teve séria lesão e volta agora a atuar regularmente. É uma aposta.

Dudu Cearense: Bom jogador, talvez o mais lúcido dos volantes do Atlético até então.

Bernard: Grata revelação, recém promovido das categorias de base do clube. Tem tudo para se tornar um excelente jogador.

Mancini: Se destacou na Roma, atuando como meia-atacante. Ainda acho que pode render mais pela lateral, posição onde se destacou no Galo no início da década.

Magno Alves: Já em fim de carreira, ainda tenta jogar. Não renderá muito mais.

Guilherme: Jogador caro, buscado da Europa. Revelado no Cruzeiro, ainda é jovem e pode demonstrar mais futebol.

Ainda há bons atletas, como Fillipe Soutto, Daniel Carvalho, André e algumas jovens promessas.

Olhando apenas os atletas que atuaram ontem, percebo que não há nenhum atleta em que possamos dizer que é ruim no que faz ou, ainda, que não tenha qualidade suficiente para atuar no Galo. E mais, não é equipe para tomar de 3 a 0 do Botafogo, mesmo vivendo o momento que vive. Mas há uma característica em comum de toda a equipe do Atlético: o medo de perder, que gera o desespero e, consequentemente, a apatia que impossibilita a todos de jogar. Desespero notado inclusive nos dirigentes e comissão técnica que, quando o resultado imediato não vem (como está acontecendo) muda grande parte dos atletas. Essa ideia tem que ser combatida e alguns conceitos têm que ser revistos.

Em tudo na vida, para que você adquira qualquer qualidade e se aperfeiçoe em uma coisa, tem que haver repetição, sequência, treinamento. E isso não vem acontecendo. Mais do que elenco, o Atlético tem que formar um time, e essa é a grande missão de Cuca. Fazer com que esse monte de jogadores possa formar um grupo, com a consciência da missão que têm e da responsabilidade que lhes foi atribuída quando assinaram um simples pedaço de papel com o clube. Como todos os anos, não se sabe quem são os titulares do Atlético, muito menos o que se passa na cabeça do atual treinador. A torcida que fica é para que essa definição aconteça o mais rápido possível porque, daqui para frente, tudo fica mais difícil.

A palavra é TREINAMENTO. E se alguém vier dizer que não há tempo para treinar, o calendário é cruel com todos, não somente com o Atlético Mineiro.

Oscar brilha e Brasil se sagra campeão Mundial Sub 20 pela quinta vez

Num jogão de bola, a Seleção Brasileira venceu a equipe de Portugal por 3 a 2, com todos os gols marcados por Oscar. O primeiro deles contou com um leve desvio da zaga portuguesa contra o patrimônio. A Seleção Brasileira marcou logo no início do jogo, mas levou o empate antes mesmo dos dez minutos iniciais. Foi sofrer o gol da virada na segunda etapa, em uma falha lamentável do goleiro Gabriel. Aliás, ambos os gols portugueses seguiram em falhas do sistema defensivo da seleção canarinho. Após o gol, o Brasil foi para o abafa e conseguiu empatar o jogo, que seria resolvido apenas na prorrogação.

Essa foi a oitava final da nossa seleção em Mundiais da Categoria. Ao todo, são cinco títulos (1983, 1985, 1993, 2003 e 2011) e três vice-campeonatos.

Foto: AP

O adversário de hoje era "osso duro". Portugal sequer havia sofrido um gol na competição. Havia. Porque logo aos 4 minutos, numa cobrança de falta de Oscar para a área, Sergio Oliveira subiu e desviou contra as próprias redes, para acabar com a invencibilidade do "guarda-redes" Mika. Brasil 1 a 0.

Portugal não se abateu e o sistema defensivo do Brasil falhou. Nas costas de Juan, Nelson Oliveira recebeu na ponta direita e cruzou para Alex empurrar, sem marcação. 1 a 1. Com menos de dez minutos, dois gols.

O jogo seguia emocionante. Na saída de bola, a Seleção Brasileira quase retomou a vantagem, após ver o goleiro Mika fazer bela defesa, a bola pegar na trave e parecer ter entrado, antes de Mika intervir novamente com um tapinha, retirando o perigo. A arbitragem disse que a bola não entrou e o jogo prosseguiu.

Depois de levar leve pressão portuguesa após o gol sofrido, o Brasil voltou ao jogo. Pressionou, mas as chances apareciam para ambos os lados. O caminho, para as duas equipes, parecia ser pelas laterais do campo, onde a ofensividade de um deixava espaços para o outro contra-atacar. Para o Brasil, as bolas aéreas sempre muito bem cobradas por Oscar tiravam a tranquilidade do arqueiro português.

Brasil comemora o primeiro gol do jogo.
Foto: AP

Ao intervalo, o técnico Ney Franco realizou duas mudanças no selecionado brasileiro. Gabriel Silva e Willian cederam seus lugares para Allan e Guilherme Negueba. Com a saída de Gabriel, Danilo foi deslocado para o setor esquerdo, e Allan entrou na lateral-direita. Mudanças para melhorar a marcação por aquele setor, que realmente apresentou falhas no primeiro tempo.

Novamente pelo setor esquerdo, Portugal chegou ao gol. Dessa vez, contou com uma ajudinha do goleirão Gabriel. Nelson Oliveira levou a bola pela esquerda e bateu cruzado. A bola passou por baixo dos braços do goleiro do Brasil, e Portugal virou o jogo aos 13 minutos. 2 a 1.

Restaria ao Brasil usar da velocidade para tentar "revirar" o jogo. Dudu entrou na vaga de Coutinho. Mudança promovida aos 16 minutos, mas que já deveria ter acontecido desde o início. Philippe Coutinho não esteve num nível de Seleção. Muito mal no jogo.

O Brasil se lançou ao ataque e ofereceu espaços. Portugal tentava aproveitar com muita velocidade, mas faltava inteligência. Faltou inteligência também ao zagueiro Juan, que pediu para ser expulso ao reclamar acintosamente com a arbitragem, que relevou o assunto. Não era momento pra isso.

Dudu, que em várias partidas nesse Mundial resolveu as paradas para nossa seleção, fez linda jogada pelo setor esquerdo e bateu pro gol. O goleirão Mika deu rebote e Oscar só empurrou. O Brasil voltou ao jogo. Aos 32 minutos da segunda etapa.

Oscar marcou o gol de empate da Seleção Brasileira.
Foto: AP

E o Brasil voltou ao jogo com toda a força. A pressão foi grande e Portugal não jogava mais, até os 40 minutos. Nos cinco minutos finais, a Seleção Portuguesa alugou o campo brasileiro e chegou em algumas oportunidades pelas laterais do campo, onde o Brasil ainda apresentava certa dificuldade para marcar. Allan entrou mal e Danilo não conseguiu marcar como Ney Franco quis quando o deslocou para a esquerda. O jogo foi para a prorrogação.

No tempo normal, alguns jogadores já sofriam na parte física, acusando cansaço. A superação seria o fator que a equipe vencedora deveria ter a mais no tempo extra.

A primeira chance de perigo da prorrogação foi para a equipe portuguesa. Aos 6 minutos, Caetano foi lançado em profundidade e, sem marcação alguma, tentou encobrir o goleiro Gabriel que se redimiu da falha no tempo normal, fazendo grande defesa e salvando o Brasil do pior.

As duas equipes se entregaram e correram bastante, mas o cansaço aumentado pela altitude de Bogotá prejudicou. E, em momentos como esse, a sorte tem que andar junto. Oscar puxou o lance pelo setor direito e, de cabeça baixa, tentou o cruzamento. A bola encobriu o goleiro Mika e oscar marcou um golaço, meio que "sem querer". Os deuses do futebol ajudaram. 3 a 2.

Portugal ainda perdeu um de seus atletas. O meio-campista Danilo saiu exausto de campo, sem condições de prosseguir e a equipe lusitana permaneceu os últimos cinco minutos da final com um jogador a menos em campo e ainda tentou pressionar. O Brasil ainda se deu ao luxo de perder um gol claríssimo, dentro da área, aos 12 minutos do segundo tempo do tempo extra.

O Brasil administrou a partida e saiu para a comemoração. Muito merecida, aliás. Excelente trabalho de Ney Franco, que continuará dando frutos ao selecionado brasileiro, que tem pela frente os Jogos Olímpicos.

Parabéns ao Brasil pelo título!

Portugal x Brasil

PORTUGAL:
1-Mika
8-Cédric (6-Júlio Alves)
4-Nuno Reis
5-Roderick
20-Mário Rui
2-Pelé
17-Sergio Oliveira
15-Danilo
10-Saná (18-Ricardo Dias)
14-Alex (11-Caetano)
7-Nelson Oliveira
Técnico: Ilídio Vale

BRASIL:
1-Gabriel
2-Danilo
3-Bruno Uvini
4-Juan
16-Gabriel Silva (14-Allan)
5-Fernando
8-Casemiro
10-Philippe Coutinho (7-Dudu)
11-Oscar
19-Willian (20-Negueba)
9-Henrique
Técnico: Ney Franco

Estádio: El Campín, em Bogotá, Colômbia.

Árbitro: Mark Geiger
Auxiliares: Mark Hurd e Joe Fletcher

Cartões amarelos: Roderick, Pelé, Nelson Oliveira, Júlio Alves, Saná, Nelson Oliveira (Portugal); Henrique, Juan (Brasil)